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O etanol celulósico, obtido do bagaço e da palha da cana - também chamado de etanol de segunda geração - é um dos mais importantes exemplos do uso de biomassa lignocelulósica para produção de combustíveis líquidos renováveis. Agora, pesquisadores da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Universidade de São Paulo (USP), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), da Universidade Estadual Paulista (Unesp), da University of Nebraska em Lincoln (UNL) e da Oklahoma State University (OSU) tentam desenvolver formas mais baratas e rápidas para produzir biocombustíveis e outros compostos químicos a partir da biomassa.

Segundo o pesquisador Fernando Segato, professor na Escola de Engenharia de Lorena da USP, a conversão de polissacarídeos em açúcares que podem ser fermentados por via enzimática ainda é um processo lento e de alto custo. A pesquisa tem foco no uso de enzimas produzidas por fungos que sobrevivem a temperaturas elevadas na produção de açúcares a partir da biomassa lignocelulósica, composta de lignina, hemicelulose e celulose. Ele apresentou os dados na FAPESP Week Belgium, evento ocorrido em outubro.

A produção de biocombustíveis e de outros compostos químicos a partir de materiais renováveis como a biomassa lignocelulósica além de cara, é difícil, principalmente por causa de sua resistência, o que dificulta a sua desconstrução. Essa resistência se deve principalmente à presença da macromolécula lignina contida na parede celular das plantas terrestres e que tem a função de conferir rigidez, impermeabilidade e resistência a ataques biológicos e mecânicos aos tecidos vegetais. Sua quebra ou remoção pode ser realizada por tratamentos com custo elevado e que necessitam de produtos químicos, altas temperaturas e alta pressão.

Por conta disso, o grupo do professor Segato investiga o uso de enzimas produzidas por fungos termofílicos (ou termófilos) na degradação de lignina. Esses microrganismos são capazes de sobreviver a temperaturas elevadas, acima de 45 °C. Alguns desses fungos (hipertermofílicos) podem resistir a temperaturas próximas a 70°C. Segundo Segato, mecanismos para degradar materiais lignocelulósicos foram identificados a partir da análise do transcriptoma (conjunto de RNAs de um organismo, órgão, tecido ou linhagem celular) e do secretoma (conjunto de proteínas secretadas) de fungos termofílicos. "Além disso, foi verificado um aumento de até 2,5 vezes na atividade de sacarificação da biomassa, quando os extratos enzimáticos de diferentes espécies foram misturados", disse.

Com informações da Agência Fapesp.

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