clique para ampliarclique para ampliar (Foto: Fotolia)

Curitiba é pioneira em tratamento de esgoto e geração de energia. A CS Bioenergia, formada pela estatal Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) e pelo grupo Cattalini Bio Energia, passou a gerar energia em agosto do ano passado e tem planos para utilização de resíduos para a criação de biofertilizantes.

A expectativa é que a operação estimule a adoção da tecnologia em outros estados. Na primeira etapa de operação, a matéria-prima a ser utilizada na biodigestão é o lodo gerado na Estação de Tratamento de Esgoto Belém, em Curitiba.  "Nós pegamos o lodo, que é um resíduo do processo de tratamento do esgoto (bactéria), unimos a essa matéria orgânica que é separada, triturada, preparada. Essa composição com uma temperatura controlada, dentro de tanques de biodigestão, gera biogás de altíssima qualidade. Pegamos esse gás e o injetamos em um motor de combustão ligado a um gerador de energia", explicou Sérgio Vidoto, diretor da Cattalini Bio Energia, à Agência Brasil.

A usina gera 2,8 megawatts de energia elétrica, o suficiente para abastecer duas mil residências populares, conforme a CS Bionergia. Ao todo, 1 mil metros cúbicos (m³) de lodo de esgoto e 300 toneladas de resíduos orgânicos, que eram descartados diariamente no meio ambiente, serão totalmente aproveitados na usina. Além de preservar o meio ambiente, as empresas envolvidas economizam. "O preço que a Sanepar pagava para a destinação em aterro foi reduzido pela metade. Nós recebemos também resíduos de grandes geradores - como restaurantes, shoppings e mercados - que pagavam para o aterro uma taxa de R$ 150 a R$ 180 a tonelada, nós cobramos das empresas de R$ 70 a R$ 80 a tonelada", comenta.

Além do biogás, com o que sobra dos resíduos orgânicos serão produzidos biofertilizantes. Já o plástico que chega à indústria junto com o lixo será reciclado para a produção de sacolas. "Estamos iniciando agora o processo de homologação do nosso fertilizante. Todo processo de biodigestão deixa o lodo mais orgânico capaz de se tornar um fertilizante de alta qualidade. Isso vai levar um certo tempo, estamos na expectativa de em 2 a 3 anos conseguir os registros de venda do fertilizante. Nesse período todo o rejeito do processo de biodigestão será seco, misturado com o plástico e vai virar combustível derivado de resíduos (CDR)", afirma Vidoto.

No Brasil, o biogás ainda tem uma participação pequena na matriz energética, por isso sua participação na oferta interna é contabilizada junto a outros itens, como o bagaço e a palha da cana, formando a chamada biomassa. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, em 2016 a biomassa foi responsável por 8,8% da energia gerada no País.

Origem

A inspiração para a mudança dessa cultura veio de países europeus como a Áustria e a Alemanha, que combinam tecnologias e políticas públicas para promover o reaproveitamento dos resíduos e, com isso, a quase inutilização de aterros. Existem hoje mais de 14 mil plantas de biogás por meio de biodigestão no continente, destes oito mil estão na Alemanha.

Com informações do Agência Brasil e Paraná Portal.

Leia mais notícias sobre o setor em https://www.fiepr.org.br/boletins-setoriais/8/especial/boletins-setoriais/8/especial/boletins-setoriais/8/especial/boletins-setoriais/8/especial/boletins-setoriais/8/especial/boletins-setoriais/8/especial/boletins-setoriais/8/especial/boletins-setoriais/8/.