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(Foto: Fotolia)
No Pará, milhares de toneladas de caroço de açaí são rejeitados todos os anos. A nova Política
de Resíduos Sólidos desobrigou as prefeituras de fazer a coleta dos caroços, transferindo a responsabilidade
do despejo aos batedores, que muitas vezes encontram dificuldades para dar destinação correta ao resíduo.
Para tentar mudar este cenário, pesquisadores da Universidade do Estado do Pará (Uepa) buscam alternativas para
tornar atraente a manipulação do caroço do açaí.
(Foto: Fotolia)No Laboratório de Madeiras do Centro de Ciências Naturais e Tecnologia (CCNT),
as engenheiras florestais Ana Cláudia Batista e Elienara Rodrigues, sob orientação do professor doutor
em Engenharia de Recursos Naturais, Marcelo Raiol, estudaram a produção de carvão vegetal de caroço
de açaí. Para isso, usaram um forno tipo iglu, que garante propriedades termofísicas diferenciadas e
é de fácil construção. “O teor de materiais voláteis, de cinzas, de carbono fixo
e calorífico apresentam vantagens, o que significa que o carvão tem qualidade superior aos demais”, observa
Elienara.
Um teor de cinzas menor significa que o carvão é mais indicado para uso doméstico,
industrial e até para a redução do ferro-gusa, nome dado à matéria-prima do aço.
O carvão vegetal se coloca em posição de vantagem sobre o mineral por não possuir enxofre. O alto
rendimento do caroço enquanto matéria-prima para carvão também foi observado na pesquisa: uma
redução de cerca de 20% da massa após a queima. Isso significa que as emissões de gases –
entre eles a água evaporada – são menores se comparadas a outros tipos de carvão vegetal, além
de ter uma queima mais rápida em relação ao eucalipto, por exemplo.
Ainda assim, se aplicado o método científico, as emissões de gases
para produção do carvão de açaí se equiparam às de outros carvões vegetais.
Mas uma técnica descoberta na França realiza a lavagem do gás ou a condensação dos fumos
e transforma essas emissões em produtos que podem ser utilizados na indústria farmacêutica. O custo é
mais alto, mas ambientalmente mais correto.
Com informações do Blog Socel News.
