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Você sabia que para produzir um par de jeans são necessários em média quase 4 mil litros de água? Segundo dados da Organização das Nações Unidas Meio Ambiente, a indústria da moda é o segundo setor que mais consome água e produz cerca de 20% das águas residuais. Libera 500 mil toneladas de microfibras sintéticas nos oceanos por ano.  O setor responde por algo entre 8 e 10% das emissões de gases-estufa, mais que o transporte marítimo e a aviação juntos.

Nos últimos 15 anos o consumo de peças cresceu 60% e cada item é mantido no armário pela metade do tempo que antes. A indústria da moda está avaliada em cerca de US$ 2,4 trilhões e emprega mais de 75 milhões de pessoas no mundo. O dado mais curioso, levantado pela ONU Meio Ambiente, é que se perde cerca de US$ 500 bilhões ao ano em descarte de roupas que vão para aterros e lixões.

"As pessoas não sabem como as roupas e os acessórios de moda são feitos; onde, em quais condições, com quais recursos. As estatísticas indicam que 1/3 das roupas são descartadas no primeiro ano de compra", afirmou Michael Stanley-Jones, da ONU Meio Ambiente ao jornal Valor Econômico.

Para reverter esses números a ONU lançou a Aliança das Nações Unidas para a Moda Sustentável, que tem o objetivo de colocar holofotes no setor, identificar desafios e gargalos e estudar soluções e políticas que possam ser adotadas.

Reinvenção da indústria de luxo

"Os consumidores, especialmente os millennials, que são o motor de crescimento da demanda de luxo, estão se tornando cada vez mais conscientes e envolvidos em questões de sustentabilidade. Portanto, a sustentabilidade está influenciando mais do que seus hábitos de consumo", diz Mario Ortelli, consultor do setor de luxo, à Época Negócios.

Segundo a organização de sustentabilidade britânica WRAP, o valor das roupas sem uso nos armários foi estimado em cerca de 30 bilhões de libras (quase R$ 150 bilhões). Calcula-se ainda que 140 milhões de libras (quase R$ 700 milhões) no valor de roupas sejam jogados fora a cada ano.

Visando atender as demandas da geração millennials algumas empresas estão transformando o desperdício da indústria de luxo em oportunidades de negócio.  Os sites de vendas de mercadorias de segunda mão (brechós on-line), por exemplo, estão crescendo cerca de 20 vezes mais rápido do que o varejo.

Empresas como a americana The RealReal e o site Vestiaire Collective são exemplos de como o mercado está mudando. Julie Wainwright, fundadora da The RealReal, acredita que os consumidores veem cada vez mais a compra de artigos de luxo como uma escolha sustentável. "Muitos deixaram para trás o "fast fashion", que é prejudicial ao meio ambiente e não tem valor de revenda, em comparação com roupas de grife que são sustentáveis e você pode ganhar dinheiro quando passa adiante", afirma.

Para ela, os principais estilistas de luxo também estão começando a entender os benefícios desta prática. "As marcas estão começando a perceber que os sites de revenda estão ajudando a ampliar o alcance e a cobiça por suas marcas", acrescenta. Os brechós fazem parte da economia circular e oferecem uma nova maneira de enxergar a sustentabilidade.

A utilização das sobras de material usado e do estoque que não foi vendido é outra vertente que vem sendo explorada por estilistas que buscam soluções sustentáveis. A Lou Dallas, por exemplo, lançou na semana de moda de Nova York uma coleção feita com 90% de sobras de estoque e corantes naturais.

Com informação do site Valor Econômico e Época Negócios.  

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