(Foto: SENAI no Paraná)Produzir papel e ajudar o meio ambiente já é possível. A ideia, que conecta o campo e a indústria, é do empresário Alexandre Guedes, que procurou o Senai de Telêmaco Borba para saber se pelo "estrume bovino" seria possível produzir papel. O Instituto Senai de Tecnologia em Papel e Celulose iniciou os estudos de viabilidade técnica e econômica e chegou à conclusão que era possível a obtenção de fibras celulósicas por essa matéria-prima e que o projeto também seria viável para o empresário e ao meio ambiente.
Em parceria com a empresa BBA, o Instituto desenvolveu pasta química a partir de "estrume bovino? para fabricação de papel. "Pesquisas realizadas verificaram que esses dejetos são ricos em celulose. Com adaptações no processo de produção convencional foi possível criar um papel de qualidade, pronto para ser inserido no mercado. A tecnologia reduz sensivelmente o custo total de produção, já que os gastos com matéria-prima se limitam ao transporte do material. O resultado é um produto inovador que atende a uma demanda de mercado e também beneficia as cooperativas agroindustriais", afirma Adriane de Fátima Queji de Paula, coordenadora de Serviços Tecnológicos e Inovação do Instituto Senai de Tecnologia em Celulose e Papel.
O processo
As fibras celulósicas de esterco bovino são obtidas através de um processo químico. O esterco é lavado para a remoção dos materiais solúveis (microorganismos e demais materiais estranhos) e depois é realizado um tratamento químico com licor branco (soda+sulfeto) em um vaso pressurizado sob alta temperatura (160ºC). O resultado é uma polpa marrom que pode ser utilizada para a fabricação do papel.
O projeto foi finalizado em 2015 e o empresário criador da ideia é detentor da patente. Com essa mesma matéria-prima outras pesquisas estão sendo realizadas atualmente no Instituto Senai de Tecnologia em Celulose e Papel.
Benefícios
Adriane explica que o projeto é vantajoso pois atende a diversos interesses simultaneamente. Ambientais, uma vez que há considerável diminuição de impactos causados pelo excesso de destinação de dejetos bovinos; e comerciais, pois as cooperativas agroindustriais poderão aumentar sua produção.
"Além disso, é uma oportunidade de geração de renda para pequenos e grandes produtores, que poderão tornar lucrativo o que antes era apenas um passivo ambiental. Atualmente esse material é utilizado como adubo", completa.
Com informações do Instituto Senai de Tecnologia em Celulose e Papel.
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