clique para ampliar
(Foto: Fotolia)
O presidente Michel Temer aproveitou o último Dia Mundial do Meio Ambiente (05/06) e assinou um decreto dando força
de lei ao Acordo de Paris. Pelo pacto, assinado por 55 países responsáveis por 55% das emissões dos
gases do efeito estufa, o Brasil estabeleceu metas por meio da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC
sigla em inglês) e se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis
de 2005 até 2025. Medidas adicionais impactam diretamente o setor florestal e o uso da terra, como o cumprimento do
Código Florestal, o desmatamento ilegal zero até 2030 e a compensação das emissões de gases
de efeito estufa provenientes da supressão legal da vegetação até 2030. O Acordo prevê ainda
restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030 e ampliar a escala de sistemas de manejo
sustentável de florestas nativas.
(Foto: Fotolia)A Fiep participa ativamente das discussões da Rede Clima da Indústria Brasileira,
organizada pela CNI. De acordo com a publicação da CNI “Contribuição da Indústria
aos Aspectos em Regulamentação no Acordo de Paris”, os tópicos da regulamentação
no pacto prioritários para a indústria são ações anteriores à entrada em vigor do
Acordo de Paris (pré-2020), recursos financeiros, desenvolvimento e transferência de tecnologia, precificação
de carbono, mecanismos de mercado, transporte internacional e uso da terra e florestas.
“Considerando o compromisso de restaurar e reflorestar (com foco em múltiplos
usos), o plantio de espécies vegetais produtivas apresenta-se como uma das oportunidades. Além disso, partes
dessas áreas podem também ser utilizadas para atender a meta de aumento da participação de bioenergia
sustentável. Outras atividades associadas podem aumentar ainda mais a lucratividade do reflorestamento. Sistemas
integrados de lavoura, pecuária e florestas associados à recuperação de pastagens degradadas podem
gerar relevantes retornos financeiros”, diz o gerente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Fiep, Mauricy Kawano.
Assim como há oportunidades, há também desafios para o país.
Muitos deles estão ligados às consequências da regulamentação do Acordo. “Esses desdobramentos,
se não forem bem equacionadas, poderão trazer perda de competitividade à indústria brasileira,
devido a restrições que podem causar aumento do custo de produção e o enfraquecimento das cadeias
produtivas e das exportações”, comenta Kawano. Alguns deles, lista ele, são a redução
do acesso da indústria a recursos financeiros e tecnológicos apropriados para a economia de baixa emissão
de carbono e a não valorização das práticas de baixo carbono já realizadas.
“Destaca-se a importância do papel de vigilância e de construção
conjunta dos desdobramentos do Acordo de Paris, que a CNI, a FIEP e demais federações das indústrias
vem desenvolvendo, com vistas a tornar o setor industrial brasileiro competitivo e sustentável”, finaliza Kawano.
