clique para ampliarclique para ampliar (Foto: Divulgação)

No País, o Paraná é um dos Estados mais avançados em logística reversa, reaproveitamento de materiais recicláveis em outros ciclos produtivos e meios de destinação final ambientalmente adequada. Atualmente, 20 setores produtivos já formalizaram compromisso para a organização de iniciativas acerca do tema. Parte do Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Paraná, a logística reversa é o conjunto de ações para viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor que o produziu, para reaproveitamento ou outra destinação final adequada.

"Avançamos muito no Paraná, porque adotamos uma linha de diálogo para organizar o retorno do material pós consumo, que envolve uma grande estrutura de logística, transporte, tratamento e educação", afirmou o coordenador de Resíduos Sólidos da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, Vinício Bruni, ao jornal Bem Paraná.

Para que o descarte correto possa ser feito é necessário que o Estado atue em parceria com os setores específicos. A Associação Brasileira para Logística Reversa para Produtos de Iluminação (Reciclus), presente em todo o território nacional, inclusive no Paraná, é um dos exemplos de instituição que pode auxiliar. A Reciclus disponibiliza cerca de quatro mil pontos de coleta de lâmpadas em todo o Brasil.

"Descontaminamos e separamos o material e tudo é reaproveitado no mercado", disse o diretor da Reciclus, Willian Vagner Gutierrez. O alumínio é reaproveitado pela indústria automotiva, o mercúrio vai para a indústria de termômetros e laboratórios, o vidro é reaproveitado pela indústria de cerâmica e o pó fosfórico vai para cimenteiras. "Tudo isso deixa de contaminar os aterros sanitários", afirma Gutierrez.

Para Nilo Cini Junior, presidente do Instituto de Logística Reversa (ILOG) do Paraná, tudo começa com a separação adequada do lixo doméstico. "O processo de logística reversa só é possível se cada fonte geradora, como residências, escolas e empresas, separar os materiais recicláveis dos resíduos orgânicos e descartá-los de maneira correta, entregando-os a cooperativas de reciclagem ou ao sistema de coleta seletiva", explica.

Desafios da logística reversa

Os impactos fiscais e gargalos financeiros para cumprir a legislação brasileira e executar a logística reversa ainda são desafios para as empresas brasileiras. Isso porque ainda é alta a tributação aplicada neste processo. Essa é a opinião do especialista em políticas e indústria da área de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Wanderley Coelho Baptista. Ele foi responsável pela palestra de abertura aos 300 participantes do 2º Seminário Paranaense de Logística Reversa, realizado em novembro, no Campus da Indústria, em Curitiba, promovido pela Fiep, em parceria com o Instituto Paranaense de Reciclagem (Inpar) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA).

Baptista apresentou o estudo feito pela entidade que avalia os encargos fiscais, como a bitributação e outros impactos que oneram e inviabilizam a logística reversa no Brasil. Ele também falou sobre a tramitação de uma proposta do setor enviada ao Congresso Nacional, que prevê uma série de medidas e incentivos para a reciclagem no País, importante tema ligado não só à economia, mas com forte impacto social e ambiental.

Uma das principais reivindicações refere-se à questão da bitributação. De acordo com o especialista, as empresas pagam impostos duas vezes ou até mais pela produção de um mesmo material. "Nossa proposta é que, a partir do momento em que adotam a logística reversa e deixam de extrair recursos da natureza, que as empresas não sejam tributadas novamente pelo novo produto que foi reinserido no mercado. Essa cobrança dupla torna o produto menos atrativo e perdemos competitividade em relação a um produto que não foi reciclado", justificou.

Da forma como é realizada hoje, a logística reversa no Brasil é onerosa demais para as empresas, que precisam investir muito alto para adaptar seus processos e cumprir a legislação. "Não há incentivo e ela não se paga em função da questão fiscal. A indústria acaba assumindo todos os custos que a lei impõe", argumentou.

Setores

Os vinte setores que firmaram termos de compromisso com a logística reversa são: setor da construção civil; baterias de chumbo ácido; empresarial de eletricidade, gás, água, obras e serviços; medicamentos em desuso; filtros de óleo lubrificante automotivo; embalagens de agrotóxicos; materiais compósitos; óleos lubrificantes; setor industrial da reparação de veículos e acessórios; setor industrial da madeira, mobiliário e marcenaria; setor de pneus: pneus inservíveis nacionais; pneus inservíveis de origem importada; setor industrial de minerais não metálicos; setor industrial de metalúrgicas, mecânicas e de material elétrico; pilhas e baterias portáteis; setor de embalagens em geral.

Com informações do Bem Paraná e Agência Fiep.

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