(Foto: Adobe Stock)Organismos marinhos que vivem de filtrar comida na água do mar, como as vieiras (moluscos), absorvem bilhões de micropartículas de plástico em poucas horas. Mas como isso funciona com seres maiores, como as tartarugas? Uma pesquisa realizada pela Universidade de Exeter, pelo Laboratório Marinho de Plymouth e pelo Greenpeace buscou respostas.
Foram analisados 102 exemplares de tartarugas marinhas localizadas nos oceanos Atlântico, Pacífico e Mediterrâneo. O resultado: foi encontrado plástico no intestino de todas elas. Os pesquisadores analisaram apenas parte do intestino de cada animal - logo, estima-se que o número total de partículas com menos de 5 milímetros seja cerca de 20 vezes maior.
Partículas sintéticas foram encontradas em todos os animais analisados, sendo que as fibras foram as mais comuns. Elas podem ser oriundas de pneus, filtros de cigarro, roupas e equipamentos marítimos, como cordas e redes de pesca. Emily Duncan, do Centro de Ecologia e Conservação do Campus Penryn da Universidade de Exeter, explica que o efeito destes materiais sobre as tartarugas é desconhecido. "No entanto, o trabalho futuro deve se concentrar em saber se os microplásticos podem estar afetando os organismos aquáticos de forma mais sutil. Por exemplo, eles podem possivelmente conter contaminantes, bactérias ou vírus, ou podem afetar a tartaruga em nível celular ou subcelular. Isso requer mais investigação", afirmou.
Para Penelope Lindeque, do Laboratório Marinho de Plymouth, o microplástico está presente em quase todo o reino animal. "Do nosso trabalho, ao longo dos anos, encontramos microplástico em quase todas as espécies de animais marinhos que observamos; do minúsculo zooplâncton, que está na base da teia alimentar marinha, até em larvas, golfinhos e tartarugas".
"Pesca fantasma"
O perigo do plástico nos oceanos não se restringe às micropartículas. Um relatório elaborado pela Proteção Animal Mundial alertou para uma ameaça cada vez mais comum nos oceanos, mas quase nada pesquisada, o que foi chamado de "pesca fantasma".
Todos os anos cerca de 640 mil toneladas de equipamentos de pesca, como redes, varas, linhas, anzóis, cordas e armadilhas se perdem nos oceanos. Ao longo do tempo esses materiais seguem aprisionando espécies marinhas. Podem provocar ferimentos ou até mesmo impedir a locomoção, fazendo com que o animal morra de fome ou afogado, como no caso das tartarugas que necessitam emergir para respirar. A "pesca fantasma" chega a impactar 69 mil animais marinhos por dia no Brasil.
Com informações da Revista Galileu.
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