O aumento da digitalização, tanto dos automóveis, quanto da indústria, tem ameaçado as montadoras. Companhias como Siemens e Bosch, assim como empresas de tecnologia, como Tesla, Uber, Google, Amazon, Cisco e Microsoft, entre outras, têm desenvolvido tecnologias que as montadoras não possuem e precisam adquirir.

"A grande questão, para a qual ainda não há resposta, é quem vai prevalecer nesse novo cenário de competitividade tecnológica no setor automotivo", diz John Paul MacDuffie, professor da Wharton School, nos Estados Unidos.

Estima-se que até 2030, aproximadamente, 70% dos carros fabricados e comercializados no mundo estejam totalmente conectados à internet e que até um quinto da frota de automóveis em circulação no mundo seja composta por carros elétricos. Os veículos autônomos também podem se tornar realidade em um futuro breve, o que significa uma mudança ainda mais profunda.

"Essa mudança pela qual passa a indústria automotiva no mundo não significa que as montadoras de automóveis se tornarão subcontratadas das empresas líderes em tecnologia, como Google, Apple e Facebook", diz Takahiro Fujimoto, professor da Universidade de Tokyo. "Elas poderão fazer cooperações inteligentes com essas empresas", acrescenta.

Cenário no Brasil - Para tentar se antecipar ao futuro da indústria automotiva nacional, o governo federal lançou o Programa Rota 2030, que estabelece as bases de uma política industrial do setor pelos próximos 15 anos. O programa visa estimular a modernização do setor em longo prazo e também estabelecer regras de isenção fiscal. A contrapartida para as montadoras será investimentos em pesquisa e desenvolvimento de veículos mais eficientes e seguros.

Com informações da Agência Fapesp e Revista Auto Esporte.