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O modelo de extração, transformação e descarte, a chamada "economia linear", necessita ser repensado devido a diversos fatores relacionados a finitude dos materiais e da energia utilizados para manutenção desse modelo econômico. Segundo a Ellen MacArthur Foundation, a economia circular é uma alternativa atraente que busca redefinir a noção de crescimento, com foco em benefícios para toda a sociedade. Isto envolve dissociar a atividade econômica do consumo de recursos finitos, e eliminar resíduos do sistema por princípio. O modelo circular constrói capital econômico, natural e social. Ele se baseia em três princípios: (i) Eliminar resíduos e poluição por princípio; (ii) Manter produtos e materiais em ciclos de uso e (iii) Regenerar sistemas naturais.

"A economia circular não é apenas uma mudança nos produtos, serviços e negócios, trata-se de uma nova economia como um todo. A ideia principal é a adaptação e reutilização, assim como os sistemas naturais são capazes de fazer", explica Ariane Hinça Schneider, do Observatório Sistema Fiep.

Esse pensamento está em sintonia com propostas do Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022, desenvolvido pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Entre as metas inseridas no documento estão o aumento de coleta e destinação ambientalmente adequada de resíduos urbanos, de 58,7% para 70% até 2022, e o aumento do nível de prestação dos serviços de coleta de esgoto de 50,3% para 60%.

Trata-se de um movimento que está acontecendo na grande maioria dos setores, incluindo alimentação. "Cadeia agroalimentar paranaense no modelo de economia circular" é uma das visões de futuro do Roadmap da Indústria Agroalimentar 2031, estudo elaborado pelo Observatório Sistema Fiep com a participação de representantes de empresas, governo, meio acadêmico e terceiro setor.

Ariane comenta que "durante a elaboração do documento foram realizados painéis e neles os especialistas consideraram a dificuldade de levantamento de informações, a falta de políticas públicas, a falta de conhecimento de tecnologias e a falta de incentivo e subsídios financeiros como sendo as principais barreiras para a condução da cadeia agroalimentar paranaense no modelo de economia circular".

Na etapa seguinte foram definidos quatro fatores críticos - Comunicação e Marketing, PD&I, Política de Estado e Recursos Humanos - com a proposição de 118 ações a serem implementadas em curto, médio e longo prazos pelos stakeholders do setor. Dentre as ações sugeridas, destacam-se: a ampliação de políticas que priorizem a produção agropecuária de base ecológica; aprimoramento de políticas para gestão eficiente dos recursos naturais em atendimento ao processo de transição; instituição de programas de capacitação de profissionais voltados ao modelo de economia circular, entre outros.

"Também podemos acrescentar a necessidade de avançar o alinhamento com as tendências e tecnologias-chave mapeadas para esta visão de futuro, como: agricultura urbana e periurbana, fazendas inteligentes, economia colaborativa, redesign, logística reversa, geração e cogeração de energia, biotecnologia, embalagens ativas, inteligentes e biodegradáveis e as tecnologias de produção mais limpa", acrescenta Ariane.

Roadmap Agroalimentar 2031

O documento, publicado em outubro, apresenta as visões de futuro, fatores críticos de sucesso, ações a curto, médio e longo prazos, bem como tendências e tecnologias-chave para o setor. "São muitos desafios, mas também muitas oportunidades que as indústrias do setor têm pela frente", comenta Schneider.

Para conferir o documento completo da Rota Estratégica para o Futuro da Indústria Paranaense - Agroalimentar 2031 acesse:  https://www.fiepr.org.br/boletins-setoriais/1/especial/boletins-setoriais/1/especial/boletins-setoriais/1/especial/boletins-setoriais/1/especial/boletins-setoriais/1/especial/boletins-setoriais/1/especial/boletins-setoriais/1/especial/observatorios/FreeComponent33632content381626.shtml

Com informações da CNI,  Ellen MacArthur Foundation  e Observatório Sistema Fiep.

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