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Um estudo realizado pelo Instituto Nielsen divulgado no dia 12 de julho mostrou que o mercado de bebidas brasileiro vem passando por uma série de alterações. De acordo com o órgão, o cenário inflacionário e o maior custo de produção, tanto pela tributação das categorias de bebidas quanto pela alta do dólar, reflete diretamente no preço final dos produtos. Diante disto, o consumidor tem buscado alternativas para continuar consumindo com preços mais baixos.
Entre as tendências observadas pelo Instituto estão a busca por reduzir gastos fora do lar, a diversificação dos canais de compra, mudanças no tamanho das embalagens adquiridas e trocas de marca. Um exemplo é o crescimento das vendas de bebidas em embalagens econômicas. Foi registrada alta de 60% em 2015, segundo o instituto.
Já 37% dos pesquisados apontaram que usaram como estratégia o chamado trade down, ou seja, que trocaram sua marca habitual por outra mais barata. Diante desta situação, a crise também se torna oportunidade para indústrias que estão consolidando suas marcas.
Veja a seguir os quatro principais fatores que têm alterado o comportamento do consumidor destacadas pelo instituto:
Preço no centro
Com o orçamento mais apertado, o consumidor está buscando os melhores preços e aproveitando promoções. Segundo a pesquisa, ações temporárias de redução de preço têm sido boas alternativas para alavancar as vendas. De acordo com a Nielsen, em 90% das categorias de bebidas, a importância dos descontos aumentou, chegando a representar mais de 40% de todo o volume vendido no grande varejo com cerveja e misturas alcoólicas (ice), por exemplo.
Saber em que momento o consumidor comprará algum produto do segmento também pode potencializar essa manobra de execução. O estudo da Nielsen mostra que 44% do volume das categorias de bebidas alcoólicas é comprado no final de semana (sábado e domingo), índice que corresponde apenas a 28% das não-alcoólicas. Já as categorias não-alcoólicas têm maior concentração de volume no início da semana, com 45% do seu volume de segunda a quarta-feira.
Economia vale mais que conveniência
Considerando mais o valor dos produtos, o cliente também busca os canais que oferecem o menor preço e abre mão, muitas vezes, do conforto. O instituto aponta que os consumidores preferem, por exemplo, deixar os hipermercados e fazer compra nos chamados “atacarejos”, uma vez que a compra em maior quantidade mostra a redução no valor pago.
“Atualmente, 48% dos itens do 'atacarejo' são comuns ao hiper, sendo 82% deles mais baratos e, em média, 13% mais competitivos. De qualquer forma, de acordo com o estudo, o canal pode ser melhor explorado pelo segmento de bebidas, já que a penetração dele nos lares compradores é de 34% para não-alcoólicas e 19% para alcoólicas (importância do canal nos gastos dos lares é de 5,6%, em média, para ambas). Hoje, somente conhaques e aperitivos finos são as bebidas alcoólicas mais compradas no 'atacarejo', quando comparado aos supermercados, enquanto em não-aloólicas são os energéticos e água mineral”, afirma o texto de divulgação do estudo.
Os consumidores também têm deixado de consumir bebidas em estabelecimentos e buscado realizar o consumo em casa, reduzindo o custo.
Troca de produto, mantendo a marca
O estudo apontou ainda que os consumidores de bebidas preferem trocar o produto, mas manter a marca sempre que possível. Ou seja, as marcas líderes que oferecem alternativas de produtos mais baratos tendem a perceber essa migração de seus consumidores.
Segundo o Nielsen, esse movimento pode ser explicado pela resposta à essa necessidade de consumo, produzindo preços diferentes para diferentes formatos de embalagem, opções de produtos similares com preço menor e lançamentos de novos produtos.
De acordo com o estudo, outra alternativa utilizada pelo consumidor é trocar para outras categorias dentro do segmento de bebidas. Por exemplo, 80% do volume perdido de refrigerante foi por troca com outros produtos, principalmente suco em pó, que concentra 44% desse volume (água mineral: 42% / suco pronto: 6,4%) e substitui o refrigerante em 53% das ocasiões de compra.
Produtos mais saudáveis
Há ainda uma parcela dos consumidores que não está exatamente buscando por produtos mais baratos. Para estes, a mudança no comportamento foi afetada pela busca por opções mais saudáveis. Desta forma, algumas categorias conseguiram converter o cenário negativo e crescem mesmo sendo mais caras, como água de coco, suco pronto e chá pronto.
Os dados favoráveis a este setor são significativos. Segundo o estudo, 57% da população está tentando emagrecer, e 78% destes estão mudando os hábitos de alimentação. Há, portanto, uma grande oportunidade de crescimento desses produtos, principalmente via distribuição pelos canais com consumo local, como bares e lojas tradicionais, já que uma razoável parcela do consumo desses itens hoje já é feito fora do lar, aponta o instituto.
Com informações do Instituto Nielsen