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Novas bactérias desenvolvidas pela UFPR devem diminuir uso de fertilizantes nitrogenados

Publicado em 13/01/2019

O milho, o trigo, o arroz, a cana-de-açúcar e outras plantas cultivadas no Brasil devem ter um crescimento mais saudável a partir da utilização de três novas bactérias desenvolvidas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Derivadas da bactéria fixadora de nitrogênio Azospirillum brasilense, as estirpes HM053, HM210 e HI1 devem aumentar a eficiência de utilização dos nutrientes do solo e da água, elevando a proteção contra a seca, e diminuir a utilização de fertilizantes nitrogenados e a poluição causada pelos mesmos. Uma parceria firmada entre a UFPR e a Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII) levará a tecnologia para a agricultura brasileira.

A partir da cessão das bactérias pela UFPR, a Associação fará os testes de eficiência agronômica e a posterior formulação e produção de inoculantes pelas empresas associadas. De acordo com o presidente da ANPII, José Roberto Pereira de Castro, a forma de desenvolvimento do inoculante com as novas cepas é inédita no Brasil, pois será um trabalho conjunto e cooperado entre as nove empresas associadas.

Parceria entre UFPR e Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII) levará tecnologia para
            agricultura brasileira. Foto: Nicolle Schumacher/Sucom-UFPR

Parceria firmada entre UFPR e Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII) levará a tecnologia para agricultura brasileira. Foto: Nicolle Schumacher/Sucom-UFPR

Castro ressalta que, além dos benefícios ambientais, os inoculantes produzidos com estas bactérias trarão economia para os agricultores, aumentando a rentabilidade de diversos cultivos. "Com toda a certeza os novos inoculantes comercializados terão excelente aceitação pelos agricultores, pela gama de vantagens que apresentarão", diz. No momento de comercialização das bactérias, a UFPR receberá um percentual em royalties sobre o faturamento bruto das empresas.

Para o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, o acordo é um exemplo de como a universidade pública é fundamental no desenvolvimento do país. "As universidades públicas, particularmente as federais, são protagonistas na criação e transferência de novas tecnologias para a sociedade", diz.

Professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFPR e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Fixação Biológica de Nitrogênio, Fábio de Oliveira Pedrosa afirma que há grande expectativa em relação à contribuição das novas bactérias para o agricultor e para a agricultura brasileira. "As estirpes serão utilizadas na agricultura para benefício não só do produtor de inoculante, como também do agricultor, que terá maior produtividade, proteção contra a seca e doenças das plantas", pontua. Ele ainda explica que os inoculantes, contendo as novas estirpes de Azospirillum brasilense, são fertilizantes biológicos e têm baixo custo para o agricultor.

Efeito de um inoculante da bactéria Azospirillum brasilense sobre o desenvolvimento de raízes de milho. À esquerda, não
            inoculado e à direita, inoculado. Foto: Total Biotecnologia Indústria e Comércio Ltda/Divulgação

Efeito de um inoculante da bactéria Azospirillum brasilense sobre o desenvolvimento de raízes de milho num experimento de campo. À esquerda, não inoculado e à direita, inoculado. Foto: Total Biotecnologia Indústria e Comércio Ltda/Divulgação

As novas bactérias foram produzidas pelo Núcleo de Fixação de Nitrogênio do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFPR, coordenado pelo professor Fábio de Oliveira Pedrosa. O Núcleo é integrado por estudantes de iniciação científica, mestrado e doutorado, pós-doutores e outros oito professores da instituição.

Bactérias evitam poluição ambiental

O presidente da Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII), José Roberto Pereira de Castro, explica que as novas estirpes da bactéria Azospirillum brasilense desenvolvidas pela UFPR deverão reduzir o consumo de fertilizantes nitrogenados, por terem maior nível de transformação do nitrogênio atmosférico em formas assimiláveis pelas plantas. "Cada quilo deste tipo de fertilizante gera cerca de 10 quilos de gases do efeito estufa. Portanto, o uso das novas cepas das bactérias trará sensível diminuição das emissões de carbono na atmosfera", acrescenta.

O professor Pedrosa esclarece que quando o nitrogênio químico é adicionado ao solo, cerca de 50% são absorvidos pelas plantas e os outros 50% são convertidos em óxidos que causam o efeito estufa, aumentando a temperatura da Terra. Dessa maneira, o nitrogênio em excesso na agricultura causa poluição. "Ao fixar o nitrogênio, as novas bactérias evitam a poluição ambiental e promovem o crescimento vigoroso das plantas inoculadas/associadas", explica.

Clique aqui e veja uma galeria de fotos da parceria firmada entre a UFPR e a Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes.

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