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Aposta na bioeconomia

Publicado em 06/06/2018

Mudança climática e biodiversidade deveriam ser vetores para a economia do século XXI. Da mesma forma, a economia do conhecimento é essencial para o progresso futuro.

O Brasil, por ter pouca tradição na área de ciência e tecnologia, está distante de ser uma sociedade do conhecimento. Ao negligenciar este importante capital, aumenta a dificuldade de superar o nosso pífio desenvolvimento econômico e social. A visão de curto prazo com que se caracterizam as decisões dos sucessivos governos brasileiros faz com que o Brasil não evolua, pois o conhecimento científico é um processo contínuo e cumulativo, que, para ser eficiente e eficaz, deve ser incorporado na agenda do planejamento de longo prazo do país.

Temos presenciado o descaso com a área de ciência, tecnologia e inovação no Brasil, em geral, e no Rio de Janeiro, em particular, o que nos leva a crer que nossos governantes não fazem ideia da importância do desenvolvimento tecnológico frente aos desafios deste século. É urgente mudar o curso, pois, se mantivermos essa trajetória, iremos impedir o desenvolvimento do país, deixando-o a reboque das economias que se modernizaram.

A bioeconomia é um exemplo da falta de visão estratégica do Brasil. Bioeconomia pode ser descrita como a área da economia que abrange a produção sustentável de recursos renováveis e sua conversão em alimento, fibras, ração animal, químicos, materiais e bioenergia, por meio de tecnologias eficientes e inovadoras, provendo benefícios econômicos, sociais e ambientais. Por conta das mudanças climáticas, tem sido vista como uma oportunidade de novos negócios e geração de emprego.

O Fórum Econômico Mundial avaliou que o potencial em termos de novos negócios na cadeia de valor da biomassa pode alcançar globalmente uma cifra de US$ 295 bilhões no ano de 2020, valor três vezes superior ao de 2010. No entanto, o Brasil não desponta como um exemplo nesta área, mantendo-se restrito apenas ao uso de etanol e do bagaço de cana-de-açúcar, que são muito limitados frente a tantas possibilidades que o uso da biomassa apresenta. Adicionalmente, ao viabilizar produtos da biomassa, a floresta em pé passa a ter maior valor econômico do que desmatada, preservando-se, portanto, a nossa biodiversidade.

O Rio de Janeiro ? por ter uma das maiores concentrações de universidades e centros de pesquisa do Brasil, com potencial de protagonizar a economia do conhecimento de enorme valor agregado e ?zero? emissão de carbono ? poderia se tornar um polo de inovação na engenharia da biomassa. Aliado a outros parceiros, sobretudo aqueles sediados nas regiões de floresta, o estado teria capacidade de desenvolver tecnologia para produtos baseados em biomassa.

É fundamental que o Brasil inove na busca de oportunidades na cadeia de valor da biomassa tão abundante. Os resultados observados nos países desenvolvidos na área de bioeconomia mostram que esta é uma estratégia que vale a pena.

Suzana Kahn é professora da Coppe/UFRJ e presidente do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas

Fonte: O Globo

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