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Interesse em rejeitos para gerar bioenergia cresce

Publicado em 23/10/2017

Segundo vice-coordenador do Fórum de Infraestrutura da Agenda 2020, cenário da geração de bioenergia terá sua consolidação no país assim como cenário eólico

A necessidade de aumentar a oferta de energia, somada à preocupação com o meio ambiente têm estimulado o uso de matéria orgânica que sobra de outras atividades econômicas para a produção de biogás ou de energia elétrica (quando a fonte é chamada de biomassa). A expectativa dos empreendedores é que ocorra nesse segmento o crescimento que já aconteceu com outras gerações alternativas. Entre os materiais que estão sendo aproveitados no Brasil para produzir eletricidade e biogás é possível citar resíduos da cana-de-açúcar e da atividade florestal, casca de arroz e dejetos de suínos e bovinos.

O vice-coordenador do Fórum de Infraestrutura da Agenda 2020, Paulo Menzel, compara o cenário da geração de energia com insumos orgânicos com a situação vivida pela energia eólica, que demorou a "embalar", mas hoje é um mercado consolidado e em expansão no País. O dirigente reitera que é preciso haver um desenvolvimento sustentável desse setor, pois ainda é lenta e gradual a transformação da matriz energética nacional, fundamentada na hidreletricidade. Porém, o vice-coordenador do Fórum de Infraestrutura da Agenda 2020 frisa que a perspectiva da redução dos recursos hídricos fez com que o Brasil voltasse seus olhos para a fonte eólica e fará o mesmo com a biomassa. "Mas, para isso, é preciso uma transformação na cultura de produção e aporte em tecnologia", defende.

Outro ponto salientado por Menzel, é que o Brasil é o maior produtor de carne de gado do mundo e o dejeto desses animais, que pode ser utilizado para a produção de biogás, quando aproveitado, é apenas usado como adubo no País. O sócio do escritório Andersen Ballão Advocacia e conselheiro da Associação Brasileira de Biogás e Biometano (ABiogás), Monroe Olsen, lembra que o biogás também pode ser aplicado na produção de biometano (biogás purificado), que pode substituir o gás natural veicular (GNV) de origem fóssil. Olsen será um dos participantes do 4º Fórum do Biogás que será realizado nos dias 17 e 18 de outubro, no Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE). O integrante da ABiogás enfatiza que todo os estados sofrem, em algum grau, com a contaminação de lençóis freáticos ou de aquíferos por resíduos orgânicos e a produção do biogás auxilia a amenizar esse problema ao dar uma destinação adequada ao resíduo.

Fonte: Biomassa&Energia

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