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Time brasileiro mapeia DNA de molusco para frear praga em rios

Publicado em 30/08/2017

Um grupo de cientistas brasileiros sequenciou o genoma de uma espécie invasora de molusco que chegou ao Brasil nos anos 1990, vinda da China em navios, e estuda agora uma modificação genética no animal para frear sua proliferação em rios e lagos. Como não tem predadores naturais e se reproduz já a partir do primeiro mês de vida, o mexilhão-dourado (Limnoperna fortunei) virou uma verdadeira praga de água doce, que gruda em cascos de embarcações, entope turbinas de hidrelétricas e desequilibra todo um ecossistema.

Várias tentativas de eliminar esse molusco, como o uso de pesticidas, fracassaram. Por isso, pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e de uma startup de biotecnologia decidiram mapear, ao longo de quatro anos, mais de 1,5 bilhão de pares de letras do DNA desse mexilhão. “É o melhor genoma de um bivalve [molusco de concha dupla] já sequenciado. E, há três meses, iniciamos a busca pelos genes envolvidos no sistema reprodutivo do animal, para realizar a alteração genética. É um trabalho que pode levar até dez anos”, afirma o biólogo da UFRJ Mauro Rebelo.

O cientista explica que, assim como o mosquito da dengue transgênico, será feito um controle biológico a partir de uma modificação genética. “Nossa metodologia, porém, é diferente: vamos desenvolver uma fêmea infértil a partir da segunda geração, o que deve fazer com que a espécie entre em colapso e desapareça com o tempo”, diz Rebelo. Caso o mexilhão-dourado use sua capacidade de hermafroditismo por conta disso, talvez seja necessário modificar também o gênero masculino, antecipa o biólogo.

O sistema usado nesse estudo é chamado de gene drive, ou herança supermendeliana. “É quando a gente força que um gene se espalhe pela população mais rapidamente do que aconteceria pela herança normal”. O investimento inicial do projeto será de R$ 2,5 milhões e virá do grupo China Three Gorges Corporation (CTG), que construiu a maior hidrelétrica do mundo, a chinesa Três Gargantas, e opera várias usinas no Brasil, como as de Ilha Solteira e Jupiá, em São Paulo. “Com essa verba, será possível identificar os genes do mexilhão-dourado a serem modificados, desenvolver as ferramentas para a alteração e criar as primeiras larvas GM”, aponta Rebelo.

Fonte: CIB

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