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Cana transgênica no Brasil deve ser liberada para plantio comercial em 2017

Publicado em 30/11/2016

O Brasil começou as pesquisas com cana transgênica em 1994 e já detém a tecnologia para o plantio, mas, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) ainda não liberou o plantio comercial da cana geneticamente modificada. Atualmente, só há autorização para testes em campo. A previsão é de que a primeira e segunda geração de cana transgênica no Brasil, resistente a broca, vire realidade nas safras 2018/2019 e 2019/2020, respectivamente.
 
Essas foram algumas das informações repassadas na manhã desta quarta-feira (20), pelo Pesquisador, Professor e Doutor Tercilio Calsa Júnior, do Departamento de Genética da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), para produtores de cana-de-açúcar da Paraíba.
 
A ação, que fez parte do ciclo de palestras técnicas realizadas pela Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), aconteceu no auditório da entidade e reuniu produtores, industriais e interessados no assunto. Segundo o palestrante, a complexidade do genoma da cana é o principal empecilho para a utilização da cana transgênica no plano comercial. “O genoma da cana é muito complexo e resultante de vários cruzamentos, daí quando se acha uma tecnologia que combate à seca, ela é vulnerável a insetos, quando não é vulnerável a insetos tem baixa resistência a seca, etc”, explica o professor, lembrando que já existem estudos com mais de 40 variedades de cana transgênica para ser plantada no país aguardando autorização do CTNBio. “Uma destas variedades deve ser liberada para plantio a partir do ano que vem”, disse Dr. Tercilio.
 
Para o pesquisador, o que aconteceu com a soja, milho, algodão e outras culturas que usam a modificação genética, deve ocorrer também, com a cana-de-açúcar. “Sempre que há uma comprovação de que a espécie geneticamente modificada dá maior produtividade e reduz custos, sem trazer complicações para seu consumo e comercialização, a tendência natural é que ela seja adotada em maior escala, como aconteceu com a soja transgênica que responde hoje por 82% do mercado, com o algodão que tem 68% oriunda de semente transgênica”, afirma Dr. Tercilio, lembrando que numa escala de pesquisa e avanços com a cana transgênica, o Brasil ocupa a oitava posição, atrás dos EUA, Austrália, China, Índia, Argentina, Colômbia e África do Sul, nessa ordem.
 
O presidente da Asplan, Murilo Paraíso, que fez a abertura do evento, elogiou a palestra. “Embora se pesquise no país há 24 anos, muitas questões sobre cana transgênica ainda são pouco conhecidas e essa palestra de hoje, esclareceu várias questões sobre o assunto nos dando um norte de como comportar-se diante desta novidade que deve estar disponível para o plantio a partir do próximo ano”, disse o dirigente que estava acompanhado de outros membros da diretoria da Asplan, a exemplo do vice-presidente, Raimundo Nonato e do diretor, Oscar Gouveia, que também elogiaram o nível da palestra e fizeram várias intervenções durante a apresentação.
 
A palestra denominada “Melhoramento genético e cana transgênica: da pesquisa ao campo” foi promovida pelo Departamento Técnico da Associação (Detec). Segundo o engenheiro agrônomo da Asplan e coordenador do Detec, Vamberto Rocha, a palestra foi muito positiva e esclareceu dúvidas sobre o assunto. “O palestrante trouxe informações atuais e importantes de como se encontra os estudos sobre a cana transgênica junto às instituições de pesquisa e abordou de forma clara e objetiva as perspectivas de começo de plantio no país da cana transgênica a partir do ano que vem”, finalizou Vamberto.
 
 
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