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Projeto de melhoramento de braquiária convida pesquisadora para ministrar curso no Quênia

Publicado em 02/05/2016

No continente africano, mais especificamente no Quênia, a braquiária ocorre naturalmente. Plantas trazidas de lá e estudadas por muitos anos, vêm dando origem a várias cultivares de forrageiras geradas pela Embrapa e que têm grande importância para a pecuária brasileira. Apesar do privilégio de estarem no local de origem dessas plantas, instituições de pesquisa da África ainda precisam de informações para desenvolver materiais adaptados às condições daquele continente. Referência no Brasil quando se pensa em melhoramento genético vegetal, a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS), Cacilda Borges do Valle, foi convidada a ministrar um treinamento no Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte queniano, na cidade de Nakuru, a 160km da capital Nairóbi.

Nos dias 14 a 18 de março, pesquisadores de várias instituições do país receberam o treinamento através de um programa de melhoramento desenvolvido através da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, sigla em inglês) – ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), com sede em Viena (Áustria). A pesquisadora da Embrapa explica que para lá são enviadas as sementes africanas que, por sua vez, recebem irradiação com a finalidade de promover mutações. De volta ao Quênia, as sementes devem ser cultivadas e, posteriormente, as plantas mutantes avaliadas quanto, por exemplo, resistência à seca e a doenças e pragas existentes no país.

Cacilda auxiliou no planejamento de um passo-a-passo para o melhoramento de braquiária irradiada e mostrou aos pesquisadores africanos, por exemplo, como é feita a determinação do modo de reprodução porque o caminho dentro do programa de melhoramento é diferente se a braquiária tem comportamento sexual ou assexuado. “Se eles estão enviando material assexuado para ser irradiado pode ser que a radiação quebre a apomixia e apareçam plantas sexuais, então eles precisam saber como determinar se a planta está se reproduzindo por modo sexual ou assexual”, explica.

Apesar de contarem com uma infraestrutura de pesquisa precária, a pesquisadora valoriza o esforço dos pesquisadores quenianos. “Eles são heróis por estarem fazendo pesquisa naquelas condições. Em compensação, estão no centro de origem da braquiária. As sementes que deram origem à cultivar Paiaguás, por exemplo, foram colhidas em Nairóbi”, acrescenta Cacilda.

Segundo ela, o treinamento foi muito recompensador. “Eu fiz questão de assinalar isso lá, afinal de contas nós estamos usufruindo das gramíneas africanas com tanto sucesso na pecuária brasileira, então é mais do que justo que parte desse conhecimento seja levado até eles”, declara.

Ainda este ano, dois pesquisadores das áreas de melhoramento e produção de sementes, que participaram do curso, devem visitar a Embrapa Gado de Corte em busca de mais conhecimentos. “É interessante porque comecei minha carreira trabalhando com uma gramínea africana então agora, em final de carreira, tenho a chance de retribuir pelo que o Brasil lucrou com isso”, finaliza a pesquisadora.

Fonte: Jornal Agora

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