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Como alimentar mais 3 bilhões até 2050? A Biotecnologia e outros recursos.

Publicado em 28/01/2013

Estudo liderado por cientistas dos Estados Unidos mostra que algumas culturas alimentares essenciais em várias regiões do mundo estão estagnadas ...e Connolly & Phillips-Connolly perguntam: O agronegócio poderá alimentar um adicional de três bilhões de pessoas nas próximas décadas??
clique para ampliar clique para ampliarPão e trigo - alimento básico (Foto: Divulgação)

Em um estudo com dados provenientes de diversos países, pesquisadores do Instituto do Meio Ambiente da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos (EUA), desenvolveram mapas geograficamente detalhados da produção e safra colhida entre 1961 e 2008 de milho, arroz, trigo e soja. Foi então que eles descobriram que, embora praticamente todas as regiões tenham apresentado um aumento de rendimento em algum momento desse período, de 24% a 39% das áreas de cultivo do mundo tiveram a sua produtividade estagnada ou reduzida nos últimos anos.

O mais surpreendente, entretanto, foi a constatação de que o rendimento de trigo e de arroz — duas culturas largamente utilizadas para alimentação humana e responsáveis por fornecer cerca de metade das calorias da dieta no mundo — está em um declínio muito maior do que a produtividade de milho e soja, utilizados como biocombustíveis ou na alimentação de animais. A descoberta, segundo os autores, é particularmente preocupante, pois sugere que os países estão concentrando seus esforços na melhoria de culturas para alimentação de animais e carros e, ao mesmo tempo, ignorando investimento em produções que são a base da segurança alimentar de grande parte do mundo (leia o artigo na íntegra).

                                                          

Em seu artigo intitulado “O agronegócio poderá alimentar um adicional de 3 bilhões de pessoas... e salvar o Planeta? Um ‘GLIMPSE’1 para o Futuro”(leia), Connolly e Phillips-Connolly apresentam os obstáculos e as oportunidades para a produção de alimento nas próximas quatro décadas, para alimentar um adicional de 3 bilhões de pessoas, projetado para meados do século. Baseados em informações e depoimentos pessoais de 22 especialistas (produtores, empresas do agronegócio, pessoas com influência nas decisões políticas, consultores, pesquisadores e acadêmicos), os autores discutem os seguintes tópicos1:

G=Government (Governo)
L=Losses in the food and ingredient supply chain (Perdas na cadeia alimentar)
IInfrastructure (trains, trucks, ports, cold storage, supermarkets etc.) (Infraestrutura)
M=Markets (Mercados)
P=Politics & Policies (Políticas)
S=Science & Innovation (Ciência e Inovação)
E=Environment (Meio Ambiente)

Os autores citam alguns dos obstáculos a serem enfrentados no âmbito do agronegócio para atender à demanda adicional por alimentos nas próximas décadas:

  • a burocracia de alguns governos,
  • as perdas de aproximadamente 1/3 dos alimentos produzidos no mundo todo,
  • deficiências de infraestrutura,
  • volatilidade da oferta e demanda, políticas públicas que incentivam o desperdício de recursos,
  • práticas de subsídio destrutivas,
  • a redução da efetividade do arsenal (agro)químico e
  • o (mau) uso dos recursos naturais.

Segundo os autores, o sucesso das organizações do agronegócio no futuro não dependerá mais tanto dos recursos físicos ou poder financeiro, mas muito mais do capital humano, e concluem que “o maior obstáculo é não reconhecer as oportunidades embutidas nos obstáculos”.

Ações e reações no Brasil e no mundo

Biotecnologia deverá desempenhar um papel fundamental no futuro da indústria, e em especial no futuro dos setores ligados ao agronegócio. Veja alguns exemplos onde esta tecnologia já está inserida em projetos relacionados à área:

  • As pesquisas e ações desenvolvidas pela Embrapa fizeram com que a instituição se tornasse referência para a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no combate à fome. A colaboração da empresa com a organização em projetos para o fortalecimento da produção agrícola e de combate à fome no mundo está na pauta das duas instituições.

  • Importante notar também que o financiamento de projetos de inovação recebeu um incremento substancial nos últimos 10 anos. Um exemplo disso é que, de 2000 até 2012 a FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) ampliou o limite de concessão de crédito com taxas de juros subsidiados (leia aqui). O desembolso da FINEP cresceu 400%, atingindo R$ 3,6 bilhões anuais (2010-2012). “O compromisso da FINEP é ampliar a oferta de recursos e até correr riscos junto com as empresas  dispostas a inovar”, afirma o diretor de Administração e Finanças da FINEP, Fernando Ribeiro.

  • Na área da regulamentação, um estudo publicado recentemente pelo Instituto Grantham de Pesquisa em Mudanças Climáticas e Meio Ambiente, da London School of Economics (LSE), apontou o novo Código Florestal brasileiro como uma das principais leis criadas em 2012 que combatem as mudanças climáticas (leia). A regulamentação ainda é um fator crítico em diversos setores do agronegócio, desde aspectos regulatórios na área de alimentos chamados “nutracêuticos” até a regulamentação do cadastro de propriedade intelectual.

  • O projeto de articulação das Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense surgiu a partir do estudo intitulado “Setores Portadores de Futuro para o Estado do Paraná”, realizado em 2005 pelo Sistema FIEP por meio dos Observatórios SESI/SENAI/IEL. Decorrente deste levantamento, os setores priorizados como alavanca de desenvolvimento para o Estado do Paraná foram contemplados no estudo “Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense”, que na prática elaborou um roadmapping para cada um dos 13 setores industriais estudados.


A partir do "Roadmapping da Biotecnologia aplicada para a Indústria Agrícola e Florestal", foram constituídos grupos de trabalho para concretizar as ações previstas pelos especialistas e propostas nas visões de futuro para esta indústria. As visões de futuro, por sua vez, foram elaboradas a partir de fatores críticos levantados pelos especialistas em 2005. Em atendimento ao fator crítico “P&D e Tecnologia e Inovação”, iniciou-se em 2010 a articulação da Rota em Biotecnologia Agrícola e Florestal. Uma das ações foi a realização da I Rodada Biotecnológica Agrícola e Florestal, que teve por objetivo aproximar representantes da academia e do setor produtivo relacionados à temática. Em um dia foram realizados 120 encontros, com duração de 30 minutos cada um, onde ambas as partes apresentaram ofertas e demandas de P&D&I e tecnologias, buscando avaliar a possibilidade de eventuais projetos futuros em conjunto. A repercussão do evento foi muito positiva entre os participantes. A avaliação pós-evento mostrou que houve continuidade de contatos iniciados na Rodada, e alguns projetos devem ser iniciados em breve. Para entrar em contato, deixe e o seu comentário (veja abaixo).

Finalmente, um estudo prospectivo para profissões do futuro conduzido por Talwar & Hancock (2010), elencou 20 profissões novas que poderiam ser as mais procuradas até 2030: em 3º lugar consta a profissão “Agropecuarista de culturas e animais geneticamente modificados” e em 6º lugar estariam os “Agricultores verticais” [Possible New Careers Emerging from Advances in Science and Technology (2010 – 2030)].

Nota de rodapé:

1 GLIMPSE, no artigo original, é a sigla criada para definir os sete tópicos abaixo:

G=Government (Governo)
L=Losses in the food and ingredient supply chain (Perdas na cadeia alimentar)
I=Infrastructure (trains, trucks, ports, cold storage, supermarkets etc.) (Infraestrutura)
M=Markets (Mercados)
P=Politics & Policies (Políticas)
S=Science & Innovation (Ciência e Inovação)
E=Environment (Meio Ambiente)

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