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Ociosidade das montadoras de luxo deve se prolongar no país

Publicado em 24/05/2017

Marcas apostam em diversas estratégias e serviços para atrair o cliente

Fonte: Fenabrave

Com ociosidade acima do segmento popular, as montadoras de luxo com fábricas locais preveem uma retomada lenta do mercado brasileiro. Para 2017, as vendas de automóveis premium devem continuar contaminadas pelos efeitos da crise econômica.

“A falta de confiança do consumidor impede que ele vá às compras mesmo no segmento premium. E como o cenário político é uma grande interrogação, fica difícil prever quando o mercado vai se recuperar plenamente”, afirmou ao DCI o diretor geral automóveis América Latina e Caribe da Mercedes-Benz, Holger Marquardt.

Com o Inovar-Auto, que exige conteúdo local de 60% para evitar majoração de 30 pontos do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), montadoras de luxo se viram diante da decisão de investir ou não em fábricas locais para garantir suas vendas no mercado brasileiro, que estava em franca ascensão.

No entanto, à época, o governo estimava vendas de aproximadamente 100 mil unidades no segmento de automóveis de luxo em 2020. “Esse volume provavelmente não vai ser atingido”, avalia o presidente da Jaguar Land Rover Brasil e América Latina, Frédéric Drouin.

O setor automotivo estima que a ociosidade das montadoras gire em torno de 50%, atualmente. Segundo Drouin, no segmento de luxo o uso da capacidade é ainda menor do que no mercado popular. “Por isso estamos aguardando a nova política industrial do setor para obtermos mais competitividade para poder exportar”, acrescenta.

De acordo com a diretora de relações governamentais do grupo BMW Brasil, Gleide Souza, o mercado de automóveis de luxo acompanhou a retração da economia. “Para o País voltar a crescer, é necessário estabilizar a conjuntura política e suas instituições, além de promover reformas fiscais e trabalhistas.” A executiva acrescenta que um programa voltado para a indústria automotiva é primordial para alavancar as vendas. “O setor precisa de previsibilidade.”

A Mercedes aplicou aproximadamente R$ 600 milhões para levantar sua fábrica de automóveis em Iracemápolis (SP); aporte similar foi feito pela BMW em Araquari (SC) em um empreendimento que inclui a montagem de modelo da marca MINI; a Land Rover investirá R$ 750 milhões em Itatiaia (RJ). Já a Audi, compartilha em São José dos Pinhais (PR) uma planta com a Volkswagen, em um aporte em torno de R$ 440 milhões. “As montadoras se prepararam para atender, até 2020, uma demanda que não deve se concretizar”, pontua Drouin.

Projeções

Executivos das marcas de luxo divergem sobre as projeções de vendas para 2017, entretanto, o consenso é que o mercado deve continuar pressionado. “As vendas de automóveis de luxo vão depender do que vai acontecer no cenário político econômico”, pondera Marquardt. Ele afirma que, em 2016, as vendas da marca e de suas concorrentes diretas - BMW e Audi - somaram cerca de 34,7 mil unidades. Para este ano, a Mercedes estima um mercado próximo de 35 mil veículos.

Já o presidente da Land Rover projeta que o segmento premium pode apresentar estagnação até um crescimento de 4%. “O consumidor do mercado de luxo não tem problemas de poder aquisitivo. Mas ele adia a compra dependendo do ambiente, por isso fica difícil fazer uma previsão mais assertiva.”

Drouin destaca ainda que a expectativa alimentada nos últimos anos de migração de categoria por parte do consumidor de maior poder aquisitivo - e que ainda não possui um automóvel de luxo - pode não se concretizar. “No curto e médio prazo, este mercado não deve registrar esse movimento de forma significativa”, observa.

Na visão de Marquardt, a migração de categoria ocorreu principalmente em 2015, antes do aprofundamento da crise econômica. “Hoje, nossos clientes são consumidores do segmento de luxo, mesmo.”

Diante da retração da economia e da necessidade de manter as operações, as marcas apostam em diversas estratégias para atrair o cliente. “Além do portfólio totalmente renovado, oferecemos pacotes de manutenção com custo fechado, atendimento personalizado e o express service - revisão em apenas uma hora”, conta o executivo da Mercedes.

Ele destaca que a AMG, marca de alta performance do grupo Daimler -cujos modelos vão de R$ 309 mil até R$ 1,199 milhão no Brasil -, conseguiu a liderança do mercado de superesportivos pela primeira vez. “Conseguir esse feito justamente nos 50 anos da AMG é um feito para nós”, diz Marquardt.

Já a diretora da BMW garante que a empresa irá trabalhar para consolidar a posição da marca no mercado nacional. “Este é um ano de importantes lançamentos para o grupo. Adicionalmente, passamos a fabricar o BMW X4 em Araquari, que já produz os modelos X1, X3 e Série 3. Também iniciamos a exportação do BMW X1 para os países do NAFTA”, destaca.

Drouin revela que o grupo está expandindo a rede, mesmo diante da crise. Além disso, a Jaguar Land Rover lançou um pacote de manutenção com preço fixo. “Temos uma proposta bastante competitiva”, assegura.

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