clique para ampliarclique para ampliar (Foto: Gelson Bampi)

Durante o 3º Seminário Paranaense de Logística Reversa – realizado em novembro por iniciativa do Sistema Fiep e do Instituto Paranaense de Reciclagem (Inpar), no Campus da Indústria, em Curitiba (PR) – especialistas no tema e entidades discutiram a realidade de diferentes setores e ações voltadas à preservação do meio ambiente.

O especialista em Políticas e Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Wanderley Coelho Baptista explicou que hoje as questões ambientais estão entre as principais preocupações globalmente. Segundo ele, o modelo econômico linear de produção-consumo-descarte está atingindo seu limite. “Precisamos olhar para os negócios de maneira sustentável e encontrar soluções para uma utilização mais eficiente dos nossos recursos, com estratégias de atuação que vão desde a extração da matéria-prima até a chegada ao consumidor final”, explica.

Ele apresentou algumas ações relacionadas à economia circular que a CNI vem realizando desde 2014, o que incluem estudos sobre a economia circular, a indústria 4.0 e um documento de intenções dirigido aos presidenciáveis em 2018. Em 2019, a entidade divulgou uma pesquisa que apontou que, ainda que 70% das indústrias não soubessem o que é economia circular, 76,4% delas já colocavam em prática ações relacionadas ao tema, como otimização de processos, insumos circulares e recuperação de recursos.

O estudo apontou que, para desenvolver o tema, é necessário investir em políticas públicas específicas, o que inclui um tratamento tributário diferenciado, ações educativas, parcerias entre os poderes público e privado e o financiamento para acesso a recursos. “Nosso objetivo é que a indústria brasileira tenha em sua identidade a característica de ser sustentável. Se os diferentes atores desse processo atuarem de maneira cooperada podemos nos tornar uma referência nesse sentido”, ressaltou.

Para exemplificar como a cooperação já contribui para ações concretas de logística reversa, o gerente de Sustentabilidade da Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE), Henrique Mendes, falou sobre o processo de publicação do Acordo Setorial de Eletroeletrônicos, assinado em 31 de outubro. O acordo prevê duas fases até que se atinja a meta de 17% de coleta de equipamentos e componentes no Brasil. Outra meta é instalar cinco mil pontos de coleta de eletroeletrônicos em 400 municípios do País, visando atingir o consumidor final.

Para que as metas sejam atingidas, as indústrias do segmento criaram a entidade gestora Green Eletron, que visa envolver e conscientizar fabricantes, importadores e distribuidores em torno da questão. A entidade promove ações de conscientização, a instalação de equipamentos coletores, a promoção de parcerias com lojas de varejo e a capacitação de profissionais para a reutilização dos materiais. “Queremos reaproveitar ao máximo os recursos que foram utilizados e garantir que tudo virará matéria-prima. Para isso, procuramos oferecer incentivos às indústrias que participam desse processo”, afirma Mendes.

Green Eletron

Com 65 pontos de coleta espalhados por São Paulo, a Green Eletron recolheu, desde o final de 2017, cerca de 185 toneladas de lixo eletrônico. O Estado se antecipou ao resto do País ao implantar a coleta e reaproveitamento do lixo eletroeletrônico. O modelo da Green Eletron se inspira, segundo o gerente executivo da gestora, Ademir Brescansin, em experiências internacionais. “Uma unidade gestora nos mesmos moldes do que existe na Europa, no Japão e nos Estados Unidos. Uma entidade sem fins lucrativos em que as empresas, que têm obrigação por lei, pudessem se associar e ratear os custos da implantação de todo esse sistema”, explicou à Agência Brasil.

Durante o 3º Seminário Paranaense de Logística Reversa, Mendes afirmou que já estão conversando para expandir o projeto para o Paraná. “Vocês já têm uma cultura de logística reversa bem evoluída. Em cada Estado temos que ter parceiros que conhecem a região para ter maior sucesso”, afirmou.

Com informações da Agência Sistema Fiep e Agência Brasil.

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