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As técnicas de produção enxuta, que ajudam a evitar desperdícios e aumentar a produtividade nos canteiros de obras, são pouco usadas nas indústrias brasileiras da construção. Mais da metade (58%) das empresas do setor de Construção utiliza até três técnicas da produção enxuta - que ajudam a evitar desperdícios e aumentar a produtividade nos canteiros de obra - e 31% usam de 4 a 9 técnicas. Apenas 12% das empresas do setor utilizam dez ou mais técnicas de produção enxuta. As informações são da Sondagem Especial Produção Enxuta na Indústria da Construção, pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O estudo ouviu 2.338 empresas, das quais 913 são pequenas, 883 são médias e 542 são de grande porte. O princípio da produção enxuta é reduzir ao máximo todos os tipos de desperdícios, sejam eles de tempo, movimentação, defeitos, superprodução entre outros. Dessa forma, com a aplicação de alguns conceitos e ferramentas é possível realizar alterações nos processos de forma a otimizar o mesmo, sem dispor de muitos recursos financeiros, tornando-o mais eficiente, ou seja, produzindo mais com menos.

No Paraná, o cenário não é diferente do que ocorre no restante do País. A coordenadora de Negócios do Instituto Senai de Tecnologia em Construção Civil (IST), a engenheira civil Letícia da Costa Gonçalves, avalia que há um baixo investimento em consultorias e inovação que não sejam compulsórias. "Ainda necessitamos de grandes mudanças culturais para evoluirmos nesses critérios. Infelizmente vivemos em um País onde a grande maioria se atualiza apenas para o que é compulsório, não entendendo por muitas vezes o retorno de um investimento em uma consultoria Lean, por exemplo, que costuma ser quase imediato", afirma a especialista.

Com o Lean Manufacturing e o Lean Construction, o Senai trabalha de forma que as empresas possam conhecer as ferramentas sem grandes investimentos, como explica Letícia. As técnicas propiciam implantar a produção enxuta em um processo apenas, decidindo depois se ela será replicada para as demais linhas de produção. "Dentro dessa consultoria garantimos um ganho de 20% na eficiência da linha selecionada", informa Letícia. Outro ponto crítico e que dificulta a aplicação das técnicas, segundo ela, é a cultura dentro das organizações, já que para se aplicar conceitos de produção enxuta é necessária uma grande mudança de mentalidade dos colaboradores, e principalmente dos CEO?s. "No entanto encontra-se muita resistência para mudanças em ambos", declara.

Obstáculos

Na avaliação dos empresários ouvidos na pesquisa da CNI, o principal obstáculo para a adoção da produção enxuta, com 35% das menções, é o alto custo de implementação das técnicas. Em seguida, com 32% das respostas, aparece a falta de conhecimento das ferramentas e técnicas e, em terceiro, empatados com 21% das menções, ficaram a falta de qualificação e a resistência dos trabalhadores às mudanças. 

Os obstáculos são diferentes para os diversos portes de empresas. A principal dificuldade para pequenas e médias empresas é a falta de conhecimento das técnicas e ferramentas. Para as grandes, o principal obstáculo, com 38% das citações, é o alto custo de implementação das técnicas. Nas grandes empresas, a resistência dos trabalhadores às mudanças aparece como a segunda maior dificuldade, empatada com a falta de conhecimento das técnicas e ferramentas, com 25% das respostas.

As técnicas mais aplicadas

O estudo da CNI avalia a aplicação das 15 principais técnicas de produção enxuta no setor da construção. As técnicas de produção enxuta mais usadas na construção são o trabalho padronizado, com 68% das citações, e o Programa 5S, com 60% das menções. As duas técnicas ajudam a eliminar perdas por movimentos desnecessários e por espera. Em terceiro lugar, com 39% das respostas, aparece o mapeamento do fluxo de valor, e, em quarto lugar, com 32% das menções, as empresas citam a gestão visual. Em seguida, vem a técnica Kaizen, com 30% das respostas, e a 5 Why (Cinco Porquês), com 24% das menções. 

A pesquisa mostra ainda que as construtoras adotam técnicas da produção enxuta para reduzir desperdício, defeitos e retrabalho (46% das menções), aumentar a produtividade (44% das respostas) ou elevar a qualidade de produtos e serviços (38% das assinalações). Em quarto lugar, com 17% das respostas, as empresas citam a melhoria da segurança e da ergonomia do trabalhador. 

Ainda de acordo com o levantamento, 41% das empresas do segmento de construção de edifícios utilizam pelo menos quatro técnicas de produção enxuta. Esse percentual cai para 37% no setor de obras de infraestrutura e para 32% no setor de serviços especializados para construção, como preparação de terreno, instalações e obras de acabamento.

Com informações do Portal da Indústria.

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