clique para ampliarclique para ampliar (Foto: Divulgação MRV)

Atentas a tendências como a construção de imóveis menores no centro das cidades e a propensão a mais mudanças de casa ao longo da vida, as construtoras começam a apostar em projetos feitos apenas para o aluguel. A MRV, maior construtora do País, e a paulista Vitacon, especializada em microapartamentos estão investindo nesse segmento.

“A tendência é cada vez maior de as pessoas não comprarem, mas alugarem imóveis, inclusive entre as pessoas de menor renda, que sempre tiveram a aspiração de ter a casa própria”, afirmou o presidente da Vitacon ao jornal Estado de Minas, Alexandre Lafer Frankel.

A MRV criou a Luggo, uma startup que atua apenas no setor de aluguel. O projeto-piloto foi lançado no fim do ano passado, em Belo Horizonte (MG), assim que o empreendimento Luggo Cipreste, no Bairro Betânia, foi finalizado. A obra é da construtora, mas em vez de vender os apartamentos, de dois dormitórios, a empresa os oferece a quem procura um imóvel para locação.

O diretor de Novos Negócios da MRV, Rodrigo Resende, explica que o público-alvo é formado por uma geração jovem de classe média que tende a casar mais tarde que seus pais, ainda não tem dinheiro para comprar imóvel e está disposta a se mudar conforme troca de emprego. “É um grupo que, pelo custo do imóvel, não pode comprar em locais muito bem localizados, então precisa alugar”, afirma.

Explica também que o Luggo Cipreste, voltado à classe C, é um primeiro teste para a companhia e que ainda não é possível afirmar se serão lançados outros empreendimentos ainda neste ano com a vocação para o mercado de aluguel. A MRV já possui obras em Campinas (SP) e Curitiba (PR) e planeja levar o modelo para outras dez cidades. Em São Paulo, as obras devem ficar no centro expandido.

Neste primeiro empreendimento, os apartamentos receberam acabamentos como armários planejados, luminárias, pisos, box blindex e metais. A estrutura do condomínio é a mesma de um edifício tradicional, com academia, playground, churrasqueira e salão de festas. Mas pode ser que sejam feitas adaptações com a inclusão de mais opções, com alguns serviços de uso coletivo, como lavanderia.

 

O executivo da MRV explica que esse modelo de empresa já tem um bom mercado nos Estados Unidos, mas ainda é muito recente no Brasil. Conforme esse tipo de negócio amadurecer, pode ganhar por aqui características semelhantes às de outros tipos de ativos voltados aos fundos imobiliários, como flats e shoppings.

Resende, acredita não haver conflito entre o Luggo e a MRV, isso porque o cliente da MRV procura a empresa já com a certeza de que quer comprar um imóvel. “Ele já sabe a região onde quer morar e normalmente está em uma fase da vida um pouco mais previsível”, afirmou ao jornal.

Plataforma de locação

A startup Housi criada por Alexandre Lafer Frankel, presidente da construtora Vitacon, guarda algumas semelhanças com o Luggo, mas está em um estágio mais avançado. Criada há nove anos, a construtora se especializou no mercado paulistano e no segmento de apartamentos de pequena metragem. Com o tempo de mercado observaram que começava a crescer um outro perfil de cliente, que em vez da compra, buscava pela locação de imóveis.

Tendo esse comportamento em mente, Frankel criou a startup voltada à oferta de apartamentos para alugar. A plataforma oferece apenas os projetos construídos pela Vitacon – edifícios projetados para oferecer um pacote de serviços aos moradores, como restaurante e lavanderia coletivos, até espaço de coworking.

A administração do condomínio também é feita pela Housi. Foram incluídos ainda alguns serviços com o objetivo de atender ao novo perfil de morador, com portaria automatizada, sistema de segurança e até logística para a mudança. Segundo Frankel, a proposta é “reduzir os pontos de atrito para que os moradores não percam tempo e possam se dedicar aos seus afazeres, tudo baseado em muita tecnologia”, afirma o presidente da Vitacon.

Frankel quer que a Housi seja a Netflix do mercado imobiliário como uma grande plataforma digital desse setor. Para isso, além de trabalhar com a possibilidade de incluir imóveis que não sejam da Vitacon, o empreendedor pretende entrar em outras cidades este ano, abrindo o sistema para outros imóveis. O objetivo é chegar primeiro no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, para depois partir para cidades de grande porte.

“Acredito muito no modelo de locação. A tendência é cada vez maior de as pessoas não comprarem, mas alugarem imóveis, inclusive entre as pessoas de menor renda, que sempre tiveram a aspiração de ter a casa própria. Esse comportamento tem mudado com o passar do tempo. Mas isso não quer dizer que o desejo de adquirir um imóvel acabou. Os dois modelos terão espaço”, opina o presidente da Vitacon.

Com informações do Estado de Minas e Folha de S. Paulo.

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