clique para ampliarclique para ampliar (Foto: Adobe Stock)

Uma pesquisa conduzida a cada dois anos, em 27 países da Europa e em Israel, vem desfazendo alguns mitos sobre o impacto do envelhecimento da população na economia. Os resultados colhidos desde 2004 mostram que trabalhadores mais velhos não são menos produtivos e que a manutenção deles no mercado não cria desemprego para os jovens. Ao mesmo tempo, a aposentadoria não necessariamente leva a uma melhora na saúde das pessoas.

As constatações são da iniciativa chamada de SHARE (Pesquisa de Saúde, Envelhecimento e Aposentadoria na Europa, na sigla em inglês) que é composta por longos questionários, feitos com as mesmas pessoas ao longo do tempo, a fim de entender como trabalho, saúde e renda são afetados pelo aumento do número de pessoas com mais de 65 anos.

"O envelhecimento da população é o desafio do século 21. Em 2050, haverá muito mais pessoas velhas do que jovens na Europa. Isso cria todo tipo de problema. Será caro pagar as aposentadorias e os jovens de hoje é que vão pagar por isso, querendo ou não", disse Börsch-Supan, pesquisador do Instituto Max Planck para Lei e Política Social e coordenador-geral da iniciativa. A estimativa é que, na metade deste século, 28% da população europeia terá mais de 65 anos. Atualmente, essa faixa corresponde a 23%.

No Brasil, a população com mais de 60 anos vai triplicar até 2050, chegando a 29,3%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "No Brasil, há esse mesmo padrão em que se tem mais gente na meia-idade do que nas idades jovens e isso vai ter um crescimento não tão rápido e não tão forte como na Europa, mas que também afeta o País num grau significante, mais do que outros países, como o México", disse Börsch-Supan.

Longevidade no trabalho

Uma das conclusões da pesquisa é que pessoas mais velhas cometem, sim, mais erros, em setores como a indústria automotiva. No entanto, os erros cometidos pelos jovens são muito mais graves. Outro mito derrubado a partir da análise das observações é de que funcionários mais velhos seriam menos produtivos. "Vimos que a produtividade se mantém bastante estável, talvez até com um leve aumento à medida que se envelhece", disse Börsch-Supan.

O Centro de Inovação Sesi Longevidade e Produtividade foi criado com o propósito de preparar os profissionais para o trabalho na maturidade e para apoiar as indústrias na manutenção de suas capacidades de trabalhos. O ponto de partida da iniciativa foi uma pesquisa, realizada em 2016, que constatou que as indústrias não tinham uma política voltada à longevidade das equipes de trabalho. "Com esses dados demos início a alguns projetos, oferecendo às indústrias do Paraná subsídios para que a longevidade no trabalho seja repensada e considerada", afirma José Antonio Fares, superintendente do Sesi no Paraná.

Para atender este novo cenário, hoje o Centro de Inovação oferece algumas consultorias que podem auxiliar. Entre elas: Relações Intergerenciais, que foca no relacionamento dos colaboradores mais jovens como os mais velhos; Reinvenção no Trabalho, que provoca profissionais seniores a construírem nova perspectiva profissional e a Gestão de Fatores Psicossociais, para manutenção da saúde dos trabalhadores ao longo da vida.

O Centro tem abrangência nacional e a sede é em Curitiba (PR). Para saber mais detalhes e ver qual a solução melhor se enquadra a sua empresa, acesse o site http://longevidade.ind.br/.

Com informações da Agência FAPESP e Indústria em Revista, uma produção do Sistema Fiep.