clique para ampliarclique para ampliar (Foto: Adobe Stock)

A busca por soluções para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e o impacto ambiental faz parte da indústria global. Porém, cada país deverá seguir um caminho que melhor atenda as suas necessidades de mobilidade e emissão. Globalmente a rota tecnológica aponta o carro elétrico como solução para o futuro da mobilidade.

O modelo, que tem um propulsor baseado em uma bateria e por isso possui zero emissão, está sendo massivamente colocado no mercado europeu, norte-americano, japonês e agora, de forma mais expressiva, no chinês. Além disso, o conceito 100% elétrico vem direcionando as novas estratégias de negócios das montadoras e mudando seus portfólios.

"Estima-se atualmente uma introdução de 20% a 30% dos elétricos nos portfólios das fabricantes de veículos na Europa", afirmou o diretor de Assuntos Regulatórios da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), João Irineu, durante o seminário Ethanol Summit, que aconteceu em junho, em São Paulo. "Contudo, não existe uma só tecnologia 'vencedora' e ideal para todos. No Brasil, há uma grande oportunidade de rota tecnológica com o etanol e que só cabe a nós propor, ninguém mais no mundo vai correr atrás disso", comentou ele, se referindo ao uso do biocombustível em tecnologias mais eficientes de propulsão.

Uma rota tecnológica baseada no uso do etanol é o caminho mais viável para o Brasil escolher em termos de futuro da mobilidade visando baixas emissões, afirmou o diretor-presidente da Associação de Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar), Miguel Rubens Tranin.

"O Brasil - embora tenha se falado muito na questão do carro elétrico, que é o futuro e que terá uma grande mudança - passará por um período intermediário, de transição, até porque essa mudança é bastante lenta. O modelo que estamos enxergando é o Híbrido Etanol ou o Híbrido Flex. Até porque o carro elétrico ainda tem muitas questões a enfrentasr, como a destinação da bateria e a origem da energia", afirma Tranin.

Segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), que analisou diferentes motorizações e combustíveis, o motor elétrico europeu é três vezes mais poluente do que um motor atual de etanol hidratado, se considerada a fonte.  

Tranin ressaltou também a questão socioeconômica do País. "Temos um grande número de empregos ligados à indústria automotiva, e essas fábricas têm uma estrutura de motores a combustão. Acredito que existe um período de transição para se realizar investimentos em novas tecnologias, como a de motores elétricos".

Uso do etanol

As perspectivas para a ampliação do uso do etanol são promissoras, dado o esforço conjunto das fabricantes de veículos e dos produtores do combustível. Pelo lado da indústria de veículos, há um empenho para aumentar a eficiência energética da combustão do etanol a partir da melhoria dos motores a fim de atender as regulamentações das emissões. Esse é o caso do Rota 2030, que prevê novos níveis de CO2 para a indústria automotiva no País a partir de 2023. Já para as produtoras, há condições de produzir combustíveis de modo mais eficiente e com oferta estável e previsível.

Para o diretor da Mahle, Ricardo Abreu, o Brasil deve criar o que ele chama de bio-eletrificação - que é a evolução dos motores híbridos com o uso de biocombustíveis. "O etanol é o melhor aditivo para melhorar a octanagem da gasolina. Por outro lado, os híbridos no Brasil terão que ser diferentes dos híbridos feitos lá fora. Tem que focar num híbrido popular, e isso não será um problema, porque o Brasil tem know how em motores pequenos 1.0", disse.

A montadora japonesa Toyota anunciou recentemente o Corolla Híbrido Flex, que terá trem de força composto por um motor a combustão flex juntamente a outro elétrico. O motor do veículo contará com 72 cv de potência, já a unidade de combustão interna 1.8 terá 101 cv com etanol. A Toyota definiu o carro como o 'híbrido mais limpo do mundo', assim como o 'automóvel movido a etanol mais eficiente do Brasil'.

"Outras marcas também estão buscando alternativas. Já está havendo uma corrida com outras montadoras. Acreditamos que no próximo ano devem surgir no mercado novos modelos. E claro que estão pesquisando outras alternativas, como aqueles com células de hidrogênio. Mas ainda envolvem riscos, ainda precisam ser aprimoradas", comenta Tranin.

Com informações do Automotive Business, Bol e Alcopar.

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