clique para ampliarclique para ampliar (Foto: Adobe Stock)

Um dos principais desafios do setor de autopeças é a busca pela competitividade e projeção. A perspectiva de faturamento do setor em Reais para 2019 é de R$ 106,5 bilhões, mas em dólares saiu dos US$ 40 bilhões para, depois de seis anos, chegar a US$ 28 bilhões.

Segundo o diretor do Sindicato Nacional das Indústrias de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Flávio Del Soldato, o último superávit da balança comercial foi em 2005 - de lá para cá houve apenas déficits. Quando se fala de revisão de projeções, usando um estudo que é a soma das expectativas das montadoras, chega-se a um crescimento de produção de 3% este ano, atingindo 2,977 milhões de unidades. Para 2020, a perspectiva é de 3,114 milhões, alta de 4,6%. Segundo cálculo do Sindipeças, com aumentos sucessivos, a expectativa é chegar a 2024 com volume de 3,708 milhões de unidades produzidas. "Onze anos depois retornamos ao patamar", compara Soldato.

O setor ainda enfrenta problemas de câmbio e a derrocada argentina que impactam na produção. Mas, em contraponto, as vendas no mercado interno seguem com alta de 7 a 8%. "O setor aguarda novidades [reformas] em zona de conforto. A produção não vai melhorar no curto prazo e pode piorar, porque a base é alta. Se falamos de competitividade, não será possível sustentar esse gigante, que é o setor automotivo, com pés de barro. Precisamos que todo o setor de autopeças cresça junto. A seleção vai ser natural. Não cabem todos. Mas é interesse de todos que o setor progrida e estabeleça condições para ter pés de aço", comenta.

As expectativas da multinacional americana Eaton Corporation Inc são conservadoras. Com foco no mercado de reposição, conquista de novos mercados e exportações na casa de 20%, a empresa prevê um ano de dois dígitos de alta, enquanto a reforma tributária não gerar resultados. Já a Bosch diz que a perspectiva é não ter um grande crescimento tanto no Brasil quanto na Argentina, onde a empresa atua. A projeção para 2020, ainda com expectativa da aprovação das reformas, é crescer 3%.

"Estamos sendo conservadores. A transformação lá de fora vai acontecer aqui também, por isso estamos preparados para enfrentar novos investimentos com balança comercial atingindo 30% de exportações. Conseguimos manter os 8,5 mil empregos mesmo com transformações. Continuamos numa boa base para enfrentar a abertura de mercado, precisamos nos preparar para importar mais, isso vai ser rápido e não teremos condições de fazer mais investimentos. Vamos nos preparar para modelos de importação mais inteligentes. A Anfavea tem que atuar junto ao Sindipeças para essa projeção tecnológica do futuro", afirmou o presidente da Bosch, Besaliel Botelho. "Temos de nos unir para localizar, senão teremos de importar tecnologia".

Para ele a produção mundial deve cair 3%, o que é diferente das expectativas que existem da região. "Ao falar de acordos bilaterais, vamos liberar o mercado para competidores muito interessados em nosso mercado, o que deixa a competitividade mais forte", comenta.

Agenda da competitividade

Para o presidente da Eaton, Antônio Carlos Galvão, três fatores forçam a urgência pela maior competitividade no setor de autopeças. São eles: a perda em dez anos e a alta capacidade ociosa; os países de origem conseguiram maior escala e o Brasil ficou para trás, por causa das plataformas globais; e, por fim, a agenda de livre comércio que precisa ser vista com cautela.

Para o presidente da Bosch, as parcerias são a saída para muitas empresas sobreviverem. "Os volumes começam a voltar e precisamos compactar mais volumes e não pulverizar. Vejo o desafio de alta exposição ao câmbio e precisamos exportar", afirma Botelho.

Já o Sindipeças defende uma agenda de integração, a partir de acordos comerciais, processos horizontais nos setores e de forma gradual. Dos acordos comerciais, a entidade espera os resultados com a União Europeia, que pode sair muito em breve. "Se fizermos um acordo com a Europa esse modelo vai repercutir com outros acordos com Japão, Coreia do Sul, Canadá, no livre comércio de autopeças", comenta Soldato.

Com informações do Automotive Business.

Leia mais notícias sobre o setor em https://www.fiepr.org.br/boletins-setoriais/10/especial/boletins-setoriais/10/especial/boletins-setoriais/10/especial/boletins-setoriais/10/especial/boletins-setoriais/10/especial/boletins-setoriais/10/especial/boletins-setoriais/10/especial/boletins-setoriais/10/.