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Suzano ajusta sua expansão à necessidade de gerar bons balanços

20 de junho de 2011

O promissor mercado de exportação de celulose continua na mira, mas os investimentos no Nordeste tiveram prazo alongado

ROBERTO TENÓRIO

O promissor mercado internacional de celulose se mantém no foco da Suzano para o futuro. A produção das suas duas novas unidades industriais, uma no Maranhão e outra no Piauí, será destinada exclusivamente à exportação. Cada unidade custará US$ 2,3 bilhões e produzirá 1,5 milhão de toneladas de itens derivados. A expectativa é a fábrica do Maranhão entrar em funcionamento em 2013. Já a entrega da unidade do Piauí dependerá da decisão de compra dos equipamentos, previstos para o primeiro semestre de 2014. Confirmadas as previsões, a fábrica piauiense estará em produção em 2016.

As duas unidades tiveram atraso nos cronogramas de entrega. Quando entrarem em operação, duplicarão a capacidade instalada de 3,2 milhões de toneladas para 6,2 milhões de toneladas.

Os projetos ficaram maiores, a inflação foi alta, e a situação macroeconômica mudou", afirma o presidente da Suzano, Antonio Maciel Neto, sobre os atrasos nos projetos do Maranhão e do Piauí. A Suzano enxerga a celulose como detentora de grande potencial de crescimento no mercado externo e direciona somente 20% de sua produção ao mercado doméstico.

Ao mesmo tempo, o oposto acontece com o papel, que ocupa 58% das vendas no Brasil e outros 20% nas Américas do Sul e Central.

Para dar suporte ao plano 2024, de posicionar a Suzano entre as maiores fabricantes de celulose do mundo e liderar os mercados de pellets para energia renovável e de papel para imprimir e escrever, a companhia anunciou investimentos de R$ 3,5 bilhões apenas para este ano. A construção da unidade do Maranhão está incluída neste montante.

Mudanças à vista Para Fernando Fonseca, ex-presidente da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf), está ocorrendo uma grande mudança no mercado de florestas plantadas no Brasil. "A participação do país no mercado externo tem crescido muito nos últimos anos. A celulose é um bom exemplo. Antigamente era um segmento dominado por empresas canadenses e escandinavas. Porém as condições técnicas especiais que nós temos para desenvolvimento de algumas espécies favorecem a formação de matéria-prima com preços competitivos e criam oportunidade de captar novos compradores".

Portanto, o mercado internacional tem se tornado mais favorável à matéria-prima brasileira, mediante o favorecimento dos fatores econômico e ambiental. O primeiro ganhou espaço após a crise de 2008, quando fecharam as portas muitas empresas que atuam em países desenvolvidos e grandes produtores de madeira, como Finlândia e Canadá. O segundo, por sua vez, diz respeito ao ponto de corte das árvores. Enquanto no Hemisfério Norte a espécie pínus demora de 14 a 20 anos para produzir, os eucaliptos cultivados no Brasil levam apenas sete anos para chegar ao ponto de corte, garantindo custos mais baixos e eficiência em grande escala.

Além de gerar toda a energia necessária para o funcionamento próprio, as duas unidades também devem produzir um excedente de 100MW, para vender no mercado e são suficientes para abastecer uma cidade com 300 mil habitantes. O processo de geração de energia começa com o cozimento dos cavacos de madeira, de onde se obtém um licor negro, o qual é queimado em uma caldeira, gerando um vapor que segue para dois turbogeradores de energia elétrica. Os dois projetos ainda criarão mais de três mil postos de trabalho, principalmente nas áreas de operação e infraestrutura.

Investimentos em ritmo lento Embora tenha planos para investir R$ 9,7 bilhões no triênio 2011/13, a Suzano surpreendeu o mercado na segunda semana de junho ao anunciar um novo atraso na entrega da fábrica do Maranhão. Prevista para abril de 2013, a planta industrial teve suas operações adiadas para novembro do mesmo ano.Em entrevista coletiva, o presidente da Suzano, Antonio Maciel Neto, disse que a decisão foi tomada por causa da valorização cambial, dos custos para acelerar a entrega da obra e, sobretudo, pela necessidade de obterum bom resultado nos próximos anos. Em 2011, os investimentos nessa unidade serão de R$ 1,15 bilhão, parte de um orçamento de R$ 3,5 bilhões para o período. O ritmo mais lento reflete uma tendência já observada no balanço de 2010 das associadas da Abraf, cujos dados mostram que os investimentos do setor totalizaram R$ 2,4 bilhões em 2010, 2,3% menos que no ano anterior. O segmento mais afetado foi o de terras, cujo volume foi 71,9% inferior àquele observado em 2009.

Conforme a Suzano, os R$ 3,5 bilhões previstos para 2011 "são um dos maiores entre as empresas brasileiras e incluem a nova fábrica de celulose do Maranhão, a continuidade da formação florestal para a nova unidade de celulose do Piauí e um robusto plano de manutenção florestal e industrial das unidades de produção de celulose e papel já existentes. Também estão contabilizadas as três fábricas de pellets de biomassa na Suzano Energia Renovável, além da aquisição dos 50% restantes da Unidade de Limeira (ex-Conpacel), totalizando capacidade instalada de produção de papel de 1,3 milhão de toneladas." Maciel afirmou que o atraso na planta do Piauí faz parte de uma gestão conservadora, para emendar logo em seguida. "Queremos evitar custos adicionais que teríamos na antecipação", afirma.

O plano de negócios de longo prazo da Suzano também considera uma terceira fábrica de celulose. Parte do conservadorismo pode ser explicado pelo alto índice de alavancagem indicado no balanço da empresa. A relação entre dívida líquida e Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) deve ficar de 3 a 3,5 vezes para este ano. Para baixar este índice sem afetar os investimentos, analistas acreditam que a companhia deva vender participação de 17,9% na usina hidrelétrica de Capim Branco (MG), se desfazer de terras não utilizadas no Estado de São Paulo, além de emitir R$ 1,2 bilhão em debêntures conversíveis em ações.

"Temos terras que não estamos usando em São Paulo, e vamos vender. Analisamos a emissão de ações, mas colocamos o equity como última alternativa", diz Maciel Neto.Emoutra frente, a Suzano planeja vender para um parceiro estratégico até 49% da Suzano Energia Renovável, unidade de negócios de biomassa a partir do eucalipto criada em julho do ano passado.

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"Antes o mercado era dominado por canadenses e escandinavos. Mas a celulose plantada no Brasil está mudando o panorama internacional"

Fernando Fonseca, Ex-presidente da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas

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No Hemisfério Norte, o ciclo de produção da celulose é de 14 a 20 anos. No Brasil, o eucalipto leva 7 anos, o que garante competitividade

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