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Sindicato das Indústrias de Bebidas do Estado do Paraná

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Investimentos em inovação e novos produtos são essenciais, afirma presidente do Sindibebidas

Nilo Cini Júnior avalia que a oferta de novidades e investimentos para otimizar os processos e reduzir custos são principais estratégias em época de crise

clique para ampliarNilo Cini Júnior, presidente do Sindibebidas. (Foto: Divulgação)

O presidente do Sindibebidas, Nilo Cini Júnior, avalia que as empresas precisam aliar a fabricação de seus produtos tradicionais e já consolidados no mercado ao desenvolvimento de novos produtos para atrair e surpreender o consumidor. Além disto, é preciso investir na inovação e otimização de processos dentro das fábricas para reduzir custos e ampliar a produtividade.

Confira a entrevista com o presidente:

Boletim da Indústria - Como o senhor avalia o ano de 2016?

Nilo Cini Júnior - Até dezembro de 2015 contamos com o crédito presumido no refrigerante e as empresas do segmento puderam fazer investimentos. Já 2016 foi um ano bem difícil para os refrigerantes, com a perda do benefício tributário e o aumento nos custos de açúcar, que praticamente dobrou de preço e com a questão do câmbio, que deixou mais caras as embalagens. No final do ano, os preços do açúcar tiveram uma pequena queda e conseguimos obter novamente o benefício do crédito presumido, mas a recomposição de preços durante o ano não cobriu a inflação, com aumentos dos preços aos consumidores ficando abaixo dos aumentos aplicados aos insumos.

Nos outros segmentos o ano também foi bastante difícil. Tanto para água, quanto para os vinhos, mas com pequenas recuperações. Em termos de volume, foram mantido praticamente os mesmos níveis de consumo de 2015, com queda de cerca de 5%. O faturamento fechou um pouco acima em função do repasse de aumentos de custos, mas o crescimento ficou aquém do necessário.

O que podemos esperar para este ano?

É difícil ver uma recuperação a curto prazo. O verão quente tem auxiliado a ativar o mercado e, em função disso, a perspectiva para esses primeiros três meses é de crescimento. Se juntássemos esse incremento climático a um fator econômico favorável seria ótimo, as com a economia ainda difícil o crescimento não será tão grande.

O câmbio estável também nos ajuda a manter a rentabilidade e deve colaborar com um resultado mais positivo neste início de ano. Mas, como será o ano todo é ainda uma incógnita. Hoje, o setor de bebidas tem capacidade fabril acima do mercado, com alta produtividade. Grandes empresas investem em tecnologia para reduzir custo e aumentar a produtividade e podem produzir volumes acima do que tem sido absorvido, então há espaço para o crescimento se houver melhoria no cenário econômico.

Quais são as principais tendências de consumo?

Talvez tenhamos algumas novidades no mercado. Isso dependerá dos empresários em buscar alternativas no segmento de bebidas mais saudáveis - como os orgânicos - e cervejas artesanais, por exemplo, segmentos que têm crescido muito no estado. O segmento de sucos prontos para beber também têm crescido bastante, com investimentos em produtos com apelos nutricionais, como as misturas com vegetais.

Embora esse não seja um mercado muito grande pode ser um nicho interessante, com uma rentabilidade melhor e que ajuda a posicionar a marca de uma forma reconhecida. Outra tendência é que as grandes empresas estão adquirindo pequenas empresas inovadoras para ampliar seu portfólio e atender o mercado de uma forma mais abrangente.

Tem ampliado a preocupação dos consumidores com a saúde. Neste aspecto, quais foram os avanços do setor?

Hoje já temos uma quantia muito menor de açúcar no refrigerante do que tínhamos antes, o que é um avanço importante. Outro avanço foi a legislação brasileira que antes vedava a mistura de açúcar e adoçantes, o que foi permitido em 2016. Com a mudança é possível reduzir de 30% a 40% a quantidade de açúcar no produto, mantendo o paladar agradável.

As tecnologias para a produção de produtos mais saudáveis, sem conservantes e com processos assépticos exigem envases com uma tecnologia muito mais apurada e também recebem investimentos, embora o poder aquisitivo do consumidor ainda não possibilite um mercado maior.

Quais são as principais bandeiras do Sindibebidas neste momento?

Tivemos uma luta pela questão tributária em 2016 e o tema continuará em pauta. Os setores de alimentos e bebidas sempre foram muito castigados pelo tributo e esse é uma trabalho constante. Também temos lutado bastante para a adequação à logística reversa e precisamos debater um incremento nos percentuais de coleta seletiva.

A questão da NR-12 também é uma preocupação para o sindicato, que busca meios de ajudar na adequação das empresas. Principalmente, das pequenas e médias que não conseguem realizar essas adaptações facilmente. A qualificação da mão de obra é outra questão na qual devemos trabalhar. Por ser um segmento muito específico, os profissionais não vem formados de outras áreas e precisamos capacitá-los.

Acredito que o setor precisa ter uma pauta para se organizar e trabalhar em conjunto porque é muito mais fácil se obter um ganho quando se têm mais empresas e segmentos participando, como foi o caso do crédito no ano passado, uma conquista que foi resultado de uma movimentação do setor. Por isso, reforçamos a importância das empresas em se manterem atentas e participantes junto ao sindicato, para que o setor possa se fortalecer.

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