A indústria paranaense vendeu 5,8% a mais em 2011 em comparação a 2010. O resultado fez do ano passado
o de melhor faturamento para a indústria do Paraná em toda a série histórica pesquisada pela Fiep
desde 1986. Além disso, com o resultado de 2011, completam-se três anos de crescimento consecutivo.
Os gêneros que mais contribuíram para o bom desempenho ao longo do ano foram os de maior peso relativo na
economia do Estado: Alimentos e Bebidas (com participação de 2,7% dos 5,80% e crescimento de 5,76%), Refino
de Petróleo e Produção de Álcool (participação de 1,6% e expansão de 12,05%) e Veículos Automotores (participação
de 1,38% e aumento de 9,61%).
No entanto, segmentos diversos da metalmecânica apresentaram resultados diferentes. As indústrias que mais
sofreram foram as voltadas a abastecer mercados que são afetados pela crise internacional e pela concorrência
com insumos importados. Houve uma grande queda nas vendas reais da indústria da metalúrgica básica
-33,02% e produtos de metal (excluindo máquinas e equipamentos) -30,30%, na comparação dos meses de dezembro
com novembro de 2011.
"É uma situação atípica, porque normalmente a indústria está mais aquecida no
final do ano", afirma Jerri Adriani Chequin, economista do Setor de Coordenação de Desenvolvimento da Fiep.
Entre as razões destes percentuais, estão a taxa cambial e, principalmente, a desaceleração da
indústria causada pela incerteza dos empresários com a crise na Europa.
Por outro lado, a variação acumulada das vendas industriais reais de janeiro a dezembro de 2011 sobre o mesmo
período do ano anterior mostrou números mais animadores, pelo menos para o segmento de produtos de metal, que
registrou alta de 13,68%. Já a metalúrgica básica apresentou queda de 7,54%. Mas o economista explica
que os números não representam todo o segmento. "Existem empresas no ramo de metalurgia básica que estão
funcionado com força máxima, depende muito do setor que elas atendem", afirma Chequin. Um dos destaques é
o segmento de infraestrutura, como instalação de linhas de energia da Copel. Já os fornecedores para
máquinas e equipamentos do agronegócio sentiram retração nas vendas por conta da queda de safras
de importantes produtos agrícolas.
Emprego - O desempenho positivo das vendas refletiu-se
também no nível de emprego, que cresceu 3,38%. De acordo com análise do Departamento Econômico
da Fiep, responsável pela pesquisa, os dois índices situam a indústria do Paraná como a de melhor
desempenho entre os Estados brasileiros do Sul e Sudeste de 2002 a 2011.
"A performance do faturamento em 2011 ficou acima daquela manifestada pelo ritmo de crescimento da economia nacional, fato
que vem se repetindo nos últimos anos", observa Maurílio Schmitt, coordenador do Departamento Econômico
da Fiep. Este aumento não foi apenas motivado pela elevação de postos de trabalho, da renda e das boas
safras paranaenses, mas também pela abundante oferta de crédito pessoal dos últimos anos.
Fonte: Sistema FIEP, Boletim Sindical Sindimetal Sudoeste.