Uma boa notícia para
os adeptos do chimarrão. Um estudo realizado por pesquisadores da Unesc (Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina),
localizada em Criciúma, mostra que a utilização da erva-mate pode funcionar na prevenção
e tratamento do mal de Parkinson.
A pesquisa foi coordenada pela doutora Luciane Costa Campos, do PPGCA (Programa
de Pós-graduação em Ciências Ambientais) e os primeiros testes foram realizados em camundongos.
Chamado "O efeito da administração aguda do extrato de Ilex paraguariensis St. Hilaire (Aqüifoliacea)
em modelos animais da doença de Parkinson", o trabalho já foi aceito numa das mais importantes publicações
científicas na área de fitoterapia, a revista inglesa Phytotherapy Research."É um estudo ainda premilinar, mas comprova que a erva-mate pode ser
utilizada na prevenção e como coadjuvante no tratamento do Parkinson", afirma Luciane, explicando que para
os testes em animais sua equipe extraiu o extrato da erva. "Usamos a folha e retiramos os princípios ativos do
mate".A planta é largamente cultivada
na América do Sul, apresentando várias propriedades medicinais. Segundo a pesquisadora, foi examinada a atividade
antiparkinsoniana do extrato hidroalcoólico da erva-mate a partir da indução de lesão cerebral
em camundongos por MPTP, a toxina neural que reproduz os sintomas motores do Parkinson.O resultado foi animador, pois as cobaias reagiram e apresentaram atividade antiparkinsoniana
e antioxidante, com características diferentes em relação aos medicamentos convencionalmente usados no
tratamento da doença. Luciane, que coordena
uma equipe de 15 pessoas entre doutores, professores e mestrandos em Criciúma, a doença de Parkinson é
bastante comum entre a população idosa. "Os tratamentos existentes apenas aliviam os sintomas induzindo
ainda vários efeitos adversos, o que reduz a qualidade de vida dos pacientes", informa. A pesquisadora ressalta que a população do sul do Brasil, além
do Uruguai, Argentina e Paraguai faz uso diário desta espécie no tradicional chimarrão. "A erva-mate
poderá ganhar um papel importante na prevenção da doença de Parkinson e até mesmo como
um tratamento complementar para esta condição", destaca.A pesquisa é comemorada por fãs de chimarrão. O corretor de imóveis Leonardo
José Ferraz, 54 anos, natural de Cruz Alta (RS) e radicado desde 1986 em Florianópolis, garante estar livre
da doença. "Não vivo sem meu chimarrão e chego a tomar umas seis garrafas térmicas ao dia",
diz. "Acho que estou imune ao mal de Parkinson".
Mas a pesquisadora alerta que apesar de comprovados os efeitos
da erva nos camundongos, alguns testes e novos estudos devem ser realizados.
Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna