Empresários paranaenses de diversos setores reuniram-se nesta terça-feira (24) na Federação das
Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) para definir o posicionamento da indústria sobre temas relacionados ao meio ambiente
e sustentabilidade. O documento resultante deste encontro será apresentado à Confederação Nacional da Indústria (CNI) na 1ª
Conferência da Indústria Brasileira para o Meio Ambiente, que acontece em junho, em São Paulo.
O coordenador do Conselho Temático de Meio Ambiente da Fiep, Roberto Gava, acredita que a CNI,
ao propor a discussão sobre o meio ambiente em todas as federações das indústrias, busca debater alternativas para o desenvolvimento
sustentável e nivelar as indústrias a respeito de temas ambientais. "A indústria deve ter uma posição pró-ativa na área ambiental.
Devemos aliar conhecimento técnico à vontade de mudanças para termos uma indústria brasileira competitiva."
O analista da CNI, Alexandre V. Mello, está acompanhando as discussões em todas as federações
e elogia a forma como o Paraná está conduzindo o processo. "Aqui, os empresários estão reunidos e todos participam de todas
as discussões. Já fui em encontros em que cada tema era tratado em uma sala diferente, o que não permitia uma variedade de
opiniões e propostas", afirma.
Os industriais paranaenses se posicionaram a respeito de oito temas: reserva legal & áreas de
preservação permanente; áreas protegidas / prioritárias; gerenciamento de resíduos; mudanças climáticas; plano nacional de
recursos hídricos; cobrança pelo uso da água / agência de bacias; licenciamento ambiental e relações institucionais, que serão
apresentados e defendidos na 1ª Conferência da Indústria Brasileira para o Meio Ambiente.
A respeito das áreas de preservação permanente, a indústria deve ter participação ativa nas políticas
públicas para assegurar o conhencimento e o uso múltiplo da biodiversidade, tais como o zoneamento ecológico-econômico (ZEE),
o ordenamento territorial, o desenvolvimento de ciência e tecnologias aplicadas à biologia da conservação, ao acesso aos recursos
genéticos e ao desenvolvimento sustentado das paisagens regionais e a implementação de sistemas de gestão das áreas protegidas.
Com relação ao Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), aprovado pelo Conselho Nacional de
Recursos Hídricos em 2006, os empresários paranaenses acreditam que as estratégias de implementação do PNRH devem privilegiar
as zonas com conflito atual ou potencial de uso e/ou riscos de desabastecimento, especialmente nas regiões com grandes centros
urbanos e industriais existentes.
Já a cobrança pelo uso da água precisa ser implantada de forma gradual, baseada em estudos econômicos
que comprovem a capacidade de pagamento dos usuários e identifiquem os impactos resultantes para todos os setores econômicos.
A vice-coordenadora do Conselho, Marilia Tissot, afirma que os estados devem buscar a posição
da indústria local para apresentar à CNI. "Todos os temas são relevantes para nosso Estado. Ao mesmo tempo em que contribuiremos
para uma posição da indústria nacional sobre esses temas, teremos a oportunidade de levantar uma visão local sobre os temas
e identificar peculiaridades no Paraná".
Fonte: Retec - PR