A produção industrial do Paraná em 2006 confirma o cenário de crise que resultou na queda de
arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), principal fonte de receita do estado. De acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção no estado caiu 1,6% no ano, resultado pior do que a média nacional,
que cresceu 2,8%. O desempenho do Paraná só foi melhor do que o do Rio Grande do Sul (-2%) e Amazonas (-2,2%).
A indústria metal-mecânica, um dos principais termômetros do desempenho da economia, por fornecer
componentes para outras indústrias, teve um dos piores anos em 2006. A Sugiura Indústria Mecânica, empresa de
pequeno porte de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, viu os pedidos minguarem no ano passado. "Todas as áreas passaram
por isso. Empresas de energia, ferrovias, transporte e outras pararam de fazer pedidos", diz o sócio-gerente Wilson Sugiura.
Mas ele diz que esse quadro não reflete apenas a situação do Paraná. "Fornecemos para empresas
de vários estados e foi um problema geral."
O empresário atribui parte da culpa pela crise ao governo federal, que não tem políticas de desenvolvimento
de médio e longo prazo. "O problema na agricultura começou em 2005. Mas se dependemos tanto assim do setor, o governo deveria
criar programas para facilitar a venda de máquinas agrícolas, por exemplo", observou. Pelo menos as perspectivas para 2007
são melhores. O empresário diz que os pedidos cresceram bastante desde o começo do ano.
Na área de combustíveis, a queda na arrecadação não veio da produção e refino de petróleo. A
Repar, que é o maior contribuinte paranaense, gerou mais ICMS em 2006 do que no ano anterior. O estado arrecadou com a Repar
R$ 2 bilhões em ICMS no ano passado, contra R$ 1,8 bilhão de 2005. Outras empresas foram procuradas para falar sobre arrecadação
de ICMS, mas como não são de capital aberto, preferiram manter a informação em sigilo.
De acordo com a Secretaria da Fazenda, cerca de 130 mil empresas no Paraná, com faturamento de
até R$ 300 mil anuais, são isentas do imposto. Outras 34 mil pagam imposto reduzido.
Outro setor que patinou em 2006 foi o comércio varejista. No Paraná, apesar das vendas terem
crescido 5% em relação ao ano anterior, o faturamento caiu 1%, segundo levantamento da Associação Paranaense de Supermercados
(Apras). De acordo com o presidente da entidade, Everton Muffato, os problemas agrícolas afetaram o setor.
Autor: Gazeta
do Povo
Fonte: Sebrae-PR