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22/05/2014

Serviço é universal e exige estrutura

À frente da Telefonica Vivo desde setembro de 2011, o engenheiro elétrico Paulo Cesar Teixeira assumiu a direção-geral da companhia em um momento conturbado para as operadoras de telefonia, que precisam se antecipar à demanda pela conexão móvel à internet no lugar dos serviços tradicionais como voz e SMS. Em visita a Curitiba na semana passada, o CEO conversou com a Gazeta do Povo sobre as dificuldades em fornecer a infraestrutura necessária nos estádios da Copa do Mundo, a expectativa em relação à adoção do 4G e os gargalos para melhorar a qualidade do serviço de telefonia no país.

Cada vez mais pessoas estão se conectando à internet por celulares e usando aplicativos que substituem o SMS e o serviço de voz. Qual o efeito deste cenário para a geração de receita das operadoras?

O mercado de grande crescimento é o de dados. O número de usuários aumenta de forma exponencial e o tráfego cresce de forma mais agressiva ainda, porque todos nós passamos a consumir mais. Ninguém consegue hoje viver sem estar acessando rede social, internet. Alguns impactos estão havendo por causa disso. É o exemplo do SMS, que por ter outras soluções nesse mundo de dados, acaba sendo claramente impactado. Mas como se compensa isso? Primeiro, se agrega uma base maior de clientes de dados, que usem isso de maneira intensiva. Também temos parceria com serviços financeiros, de saúde e educação. Estamos entrando na cadeia de valor desses negócios e aprovando, junto com esses parceiros, soluções inovadoras que nos permitem gerar novas receitas. Não podemos parar de investir, porque a tecnologia está aí. Tivemos uma rede 2G, depois 3G e agora o 4G. Isso não para.

Curitiba aprovou em março uma lei que simplifica a instalação de antenas em Curitiba. Isso deve melhorar a qualidade da rede, de maneira geral?

As leis [em relação à instalação de antenas] são muito antigas no Brasil, a maioria tem mais de 10 anos. É preciso claramente que elas sejam reformuladas. Acho que Curitiba está de parabéns pelo fato de ter posto uma lei inovadora, moderna, que seguramente vai estimular outras cidades a seguir esse exemplo. Não é fácil construir infraestrutura no Brasil. Em comparação com outros países do mundo, temos um gap em relação a esse tema.

Mesmo com esses avanços e anúncios de investimentos das empresas, a qualidade do sinal de celular e da conexão à internet são alvo de reclamações constantes dos usuários, seja em Curitiba ou outras cidades.

Sem dúvida sempre há o que se melhorar, mas o que tem que se entender é que, hoje, telecom é um serviço universal. Temos no Brasil mais linhas por pessoa do que nos Estados Unidos. Você depende dessa linha 100% do seu tempo, a não ser quando você está dormindo. Então, é um serviço que você usa todo o tempo durante o seu dia, não é como os demais serviços. Você não vai no aeroporto pegar um avião todo dia, você não vai num posto de saúde todo dia. Claramente, para que esse serviço seja bem atendido, tem que ter uma estrutura por trás. E para que isso ocorra, tem que ter a colaboração de outras áreas, como a municipalidade, por exemplo, para implantação de novos sites [antenas]. Não é um sistema isolado. Tem que ter fibra ótica ao longo das rodovias, tem que sair via satélite, através de cabos submarinos. Tudo isso é algo que tem a sua inércia e realmente no Brasil é mais complicado fazer obra. Mas é papel nosso e temos que cumprir esse papel.

Como está a preparação da infraestrutura de telefonia para a Copa do Mundo?

O ideal é que tivéssemos tido tempo suficiente para trabalhar isso com uma melhor abordagem. Já foi assim na Copa das Confederações e mais ou menos está se repetindo agora. Todas as operadoras fizeram um projeto único para atender os estádios, estamos investindo na ordem de R$ 200 milhões, com uma infraestrutura única de antenas. Ou seja, todos compartilham as mesmas antenas e depois, em uma sala, cada um coloca o seu equipamento e, a partir dali, usam sua infraestrutura própria. Isso tudo foi feito com o que há de mais moderno no mundo. Só que claramente há uma barreira, que é a barreira do tempo. Há estádios, infelizmente, e aqui em Curitiba é um dos casos, em que estamos correndo contra o tempo. Vamos fazer até o último momento o que nos permitirem fazer. O que as pessoas têm que entender é que precisam nos dar condições para podermos trabalhar.

Qual a importância de Curitiba no mapa de investimentos e geração de receitas da Vivo?

Curitiba é um dos grandes mercados, que mais focamos e mais damos atenção. Estamos muito satisfeitos com os resultados que estamos obtendo, como o número da portabilidade, que no Paraná é de seis para um [de cada cliente que migra para outra empresa, outros seis vêm para a Vivo]. Isso mostra que os clientes que estão satisfeitos com outras operadoras têm vindo para Vivo. Curitiba também é uma das capitais que já tem maior tráfego de dados no 4G.

É possível pensar que o 4G será adotado em larga escala a curto prazo, seja em Curitiba ou no restante do país?

Isso vai ocorrer, porque a experiência é muito diferenciada para o cliente, muito mais positiva do que no 3G. A performance para dados é fantástica. Como toda tecnologia em seu momento inicial, ela tem um custo alto, que é o preço dos aparelhos. Via de regra, os aparelhos 4G são os mais caros do mercado. Mas há dois fenômenos ocorrendo. O mercado 4G já está com um nível de adoção muito maior, em relação à curva histórica do 3G. A segunda perspectiva positiva é que o 4G está tendo uma entrada muito agressiva na China, o que vai derrubar os preços de forma mais rápida. A expectativa é que, até o final do ano, o aparelho 4G já tenha um preço muito menor. 

 

Vivo

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