O deputado Luiz Carlos Martins (PSD) foi à tribuna da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (6) para pedir clareza da Companhia Paranaense de Energia (Copel) em relação ao faturamento obtido pelo aluguel de postes para as operadoras em geral. Nesta semana, o deputado recebeu da companhia a resposta ao requerimento aprovado em plenário, que questiona detalhes do compartilhamento. As respostas, segundo o deputado, foram insuficientes e burocráticas.
“Mas afinal, qual o valor arrecadado pela Copel com o aluguel dos postes? No requerimento, a companhia respondeu apenas dados gerais e informou que 90% do valor arrecadado são usados para a modicidade da tarifa de energia. A palavra é bonita – modicidade – mas isso reduz a tarifa em quanto?”, questionou Martins na tribuna.
A Copel informou que o compartilhamento dos postes com operadoras de telefonia fixa, celular, TVs a cabo e comunicação multimídia, entre outras, segue as regras da Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel. Ao todo, segundo a empresa, são compartilhados pouco mais de 1 milhão de postes no estado entre 104 operadoras. O preço deste serviço varia de R$ 2,43 a R$ 4,43 por ponto de fixação, de acordo com a região, informou a empresa.
“A Copel deu os valores, mas não informou se isso é cobrado por dia, semana, mês, ano... Fala-se tanto que falta dinheiro nos cofres do estado e, se fizermos uma conta cega, por baixo, temos cerca de R$ 200 milhões arrecadados com este aluguel. Mas será isso mesmo? E de que forma é aplicado este dinheiro?”, afirmou o deputado do PSD.
Martins disse que aguarda um novo posicionamento da Copel sobre o tema. “Que negócio é esse que envolve Copel, prefeituras e operadoras?”, completou.
“Ninhos de urubus”
A questão do uso dos postes da Copel pelas operadoras vem à tona no momento em que a prefeitura de Curitiba reage contra os chamados “ninhos de urubus” no alto dos postes. Emaranhados de fios das operadoras que, além de prejudicar a paisagem, colocam em risco a população.
“Aqui em Curitiba, finalmente, a prefeitura está reagindo. Decidiu adotar uma medida drástica para resolver o problema: vai arrancar todos os fios que não estiverem identificados por placas dizendo a qual empresa pertencem. E deu prazo até domingo para que todos façam a regularização. Vamos aguardar para ver se este problema, de fato, será solucionado”, disse Martins.
A prefeitura de Curitiba estuda ainda duas alternativas para as ruas Visconde de Guarapuava e Carlos de Carvalho, na região central: instalar um cabo único que carregaria todos os fios ou finalmente enterrá-los. Ainda não há definição sobre o tema.
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