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24/01/2013

Apesar de produzir menos, indústria gasta mais com salários

Apesar de produzir menos, indústria gasta mais com salários

Autor(es): Por Thiago Resende e Lucas Marchesini | De Brasília

A produção da indústria brasileira caiu entre janeiro e novembro do ano passado, mas a massa salarial e o rendimento médio dos trabalhadores cresceram no mesmo período, o que representa mais pressão sobre os custos do setor. "Essa pressão explicita uma das dimensões da baixa competitividade que temos ao enfrentar concorrentes internacionais", diz o gerente-executivo de política econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco.

Entre janeiro e novembro de 2012, as horas trabalhadas e o emprego, indicadores de atividade, caíram 1,5% e 0,2% respectivamente. Já a massa salarial real e o rendimento médio real, corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), cresceram 5% e 5,2%. Os dados são da pesquisa Indicadores Industriais, levantamento mensal da CNI.

No ano passado até novembro, o faturamento real da indústria brasileira acumulou alta de 2,8%, ante o mesmo período em 2011. Dos 19 setores da indústria de transformação pesquisados, 13 registraram aumento no faturamento real na mesma comparação. O melhor resultado foi registrado pelos segmentos de papel e celulose (30,5%) e máquinas e equipamentos elétricos (18,3%).

Entre os que registraram baixa no faturamento real, com correção da inflação, aparecem alimentos e bebidas, com queda de 1,1%, e o segmento de couro e calçados (2,5%).

Em relação ao indicador de horas trabalhadas, houve queda em 12 dos 19 setores da indústria de transformação pesquisados. A maior baixa foi registrada em materiais eletrônicos e de comunicação, de 10%. Em seguida, ficou o setor de equipamentos de transporte, exceto veículos automotores, com retração de 7,3% na quantidade de horas trabalhadas nos 11 primeiros meses de 2012 frente igual período de 2011.

A maior alta nesse indicador ocorreu na indústria química, com aumento de 3,7% no número de horas trabalhadas no período, seguido do setor de edição e impressão, com elevação de 1,6%.

Nesse período, a indústria operou, em média, com 81,4% da capacidade instalada, queda de um ponto percentual em relação a igual período de 2011 (82,4%). Dos 19 setores pesquisados, 12 registraram uso mais baixo de capacidade.

Além da entrada de insumos importados usados na cadeia produtiva do segmento, o ajuste nos estoques é uma das explicações para o movimento divergente, no acumulado do ano, entre os indicadores industriais de faturamento real e o de horas trabalhadas. Segundo Castelo Branco, houve ajuste nos estoques no fim de ano e, com isso, a partir de agora a demanda por bens manufaturados pode se reverter em alta da produção.

A CNI prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) industrial recue 0,6% em 2012 frente o ano anterior, mesmo com os benefícios anunciados pelo governo federal. Mas a projeção para 2013 é de 4,1% de crescimento, sustentado pelas medidas de redução de custo de produção, como queda no preço da energia e desoneração da folha de pagamento para mais setores.

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