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Produtoras paranaenses

Programa Brasil de Todas as Telas

As produtoras foram selecionadas via edital de chamamento para o projeto no ano passado e devem entregar os primeiros materiais em junho. A proposta deve levar a produção de 250 horas de programação inédita no Brasil que serão transmitidas por mais de 200 canais.

Brasil de Todas as Telas

As produtoras paranaenses já começaram a trabalhar nos projetos contemplados pela primeira Chamada Pública da Linha de Produção de Conteúdos destinados às TVs Públicas, realizada no ano passado. A proposta distribuiu R$ 60 milhões de investimento para produtoras de todo o país como parte do Programa Brasil de Todas as Telas.

O principal objetivo é regionalizar a produção de conteúdos audiovisuais independentes. As produções devem somar 250 horas de programação inédita (20h de obras seriadas de animação; 51h de obras seriadas de ficção; e 179h de obras seriadas e não seriadas de documentários). O conteúdo será transmitido por cerca de 200 canais de programação da TV paga e emissoras que exploram a licença de radiodifusão educativa dos segmentos comunitário, universitário e educativo e cultural do Campo Público de Televisão.

Um desses projetos aprovados foi o documentário em cinco episódios “Um Lugar para Chamar de CEU”, da GP7 Cinema. A produtora executiva da proposta, Andreia Kaláboa, conta que o projeto está na etapa de pré-produção, com pesquisa de locações e acerca dos personagens. “Será uma série de documentários com cinco episódios que falam sobre os jovens que ascenderam ao ensino superior e como essa escolha fala sobre o passado e o futuro deles. Os cinco personagens moram na Casa do Estudante Universitário (CEU) e são oriundos cada um de uma região diferente”, conta.

Segundo Andreia, as filmagens devem acontecer entre maio e junho e ocorrerão em Curitiba e na cidade natal de cada um dos personagens. Ela elogia a proposta e comenta que o principal ponto positivo é a regionalização do conteúdo. “Eu diria que este tipo de edital e proposta democratiza um pouco o acesso e possibilita a produção de conteúdos que serão transmitidos em todo o país por produtoras locais. Isso ajuda a valorizar os portfólios dessas produtoras para a busca de espaços em outras emissoras e viabilizar os projetos com mais condições de concorrer com grandes produtores do eixo Rio/São Paulo”, avaliou.

Outra produção contemplada pelo edital foi a “Tâmo Junto”, da Grafo Audiovisual. A produtora também esta na fase de pré-produção da série de ficção e deverá filmar em maio. A proposta tem cinco episódios de 26 minutos e narrará o surgimento do coletivo de jovens “Tâmo Junto”. O grupo é liderado por Lipe, um jovem irrequieto que sonha em se tornar jornalista e denunciar os descasos e abusos do poder público em sua comunidade, a Vila Sabará, bairro periférico de uma das capitais mais ricas e violentas do país, Curitiba.

Além destes, a Processo MultiArtes foi contemplada para a elaboração do documentário [Des]iguais. Segundo o cineasta e professor de Cinema, Fábio Allon, a ideia para o projeto veio de um insight que o Caio Baú, um dos produtores, teve ao relembrar de alguns projetos que colegas estavam desenvolvendo paralelamente e que tematicamente poderiam se juntar numa série. As filmagens devem ocorrer em abril, maio e agosto ou setembro.

“A [Des]iguais é uma obra seriada em cinco episódios de 26 minutos de duração cada. Nos episódios desta temporada visitaremos visões particulares acerca de cinco tipos de preconceito bem enraizados na sociedade brasileira: racial, étnico, comportamental, de gênero e de sexualidade. Cada um dos diretores convidados têm uma ligação estreita com seu tema, ou por serem objetos de seus estudos, ou por estarem inclusive inseridos enquanto indivíduos no universo retratado, onde também buscam ativamente derrubar as barreiras do preconceito e da aceitação no universo que os cerca”, explicou o cineasta.

“[Des]iguais busca dizer já em seu título a que veio: fala de [des]igualdades entre seres humanos que são essencialmente [iguais]. O [des]iguais do título contém não só os [desiguais], mas também os [iguais], e é assim justamente que gostaríamos que fosse nossa sociedade - um lugar que acolhesse os [des]iguais como [iguais], sem as barreiras dos [pré]conceitos. Partiremos da análise do micro para o macro, ou seja, buscaremos partir em cada episódio de um elemento específico para a partir dele fazer aflorar as discussões mais amplas sobre os preconceitos”, completou.

 

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