Inovação é o caminho para lucrar com resíduos de rochas ornamentais

Encontrar o melhor destino para o resíduo da indústria de rochas ornamentais está entre as maiores preocupações dos empresários. O Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) vem trabalhando em projetos que viabilizem não somente a destinação desse rejeito, mas também que a indústria se beneficie e lucre com ele, por meio de aplicações diferenciadas.

Os resíduos oriundos do beneficiamento de rochas são, em geral, constituídos de misturas de rochas, cal e granalha, dando ao material característica heterogênea. Em alguns casos, em que se beneficia um tipo específico de rocha, há como se ter certeza da composição mineralógica e química do resíduo, como é o caso do mármore bege Bahia, o que facilita a comercialização do resíduo. "No que tange empresas que serram diferentes rochas, torna-se cada vez mais necessária a separação do pó de rocha serrado", explica Roberto Carlos Ribeiro, pesquisador do Cetem. Ele afirma que somente com conhecimento do tipo de resíduo gerado as empresas poderão colocar no mercado novos produtos com uma caracterização definida. Desta forma, poderão substituir cargas minerais puras que são utilizadas em diversos setores, como na indústria polimérica, cerâmica, vidro e outros.

Atualmente os resíduos são dispostos em aterros preparados para recebê-los. "O problema é que a produção de rochas cresce anualmente e a geração de resíduos é muito expressiva", destaca Ribeiro. Com isso, os aterros não conseguirão absorver toda a carga de resíduos, havendo a necessidade de estudos de aplicação dos mesmos.

Aproveitamento - O Cetem trabalha em diferentes linhas de aplicação. "Realizamos a coleta de resíduos de diferentes serrarias ou pedreiras, fazemos a caracterização química, mineralógica e física dos resíduos no Cetem", explica o pesquisador.  Por fim, como o Cetem tem parcerias com laboratórios de outros centros de pesquisa e universidades, a entidade verifica as possibilidades de uso destes resíduos em produtos, como materiais cerâmicos, insumo para pavimento asfáltico, entre outros. Caso não seja encontrado produto similar no mercado é feita busca no banco de patentes e se for demonstrado ser uma novidade, o Cetem efetua requerimento de depósito de patente do mesmo junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).                                            

Na prática - O Cetem possui uma maquete que demonstra a substituição de agregados minerais utilizados em pavimentação asfáltica por resíduos oriundos do corte de rochas ornamentais. A miniatura tenta retratar uma estrada constituída de rochas ornamentais contendo em alguns pontos específicos, perto de hospital e escola, um resíduo diferenciado, como a pedra sabão, que faz com que o índice de ruídos do pavimento seja reduzido, devido às propriedades específicas do material. O modelo pode ser aplicado em qualquer região, porém precisa ser verificado se as rochas processadas e os tipos de resíduos gerados podem ser aplicados no pavimento.Os empresários que tiverem interesse em desenvolver projetos devem procurar o Cetem, que avalia se existem cooperativas que beneficiem os resíduos na região, realiza caracterizações dos materiais e também articula ações com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), no caso de utilização em pavimentação. Mais informações pelo sitewww.cetem.gov.br