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Vendas no mercado interno impulsionam setor de bens de capital

Publicado em 02/04/2019

Impulsionado pelo aumento nas vendas no mercado interno de 63,2% no mês de fevereiro, o mercado de bens de capital mecânicos cresceu 23,2% no mês em relação ao mês de janeiro. Na comparação com o mês de fevereiro de 2018, as vendas aumentaram 15,8%. No acumulado dos dois primeiros meses do ano, o mercado setorial apresentou crescimento de 10,6%, segundo dados divulgados pela Abimaq no dia 26 de março.

A expectativa da Abimaq é que o mercado setorial continue crescendo ao longo do ano, principalmente pela demanda interna, mas a entidade trabalha com a expectativa de que o patamar de 7% de expansão observado em 2018 não seja atingido. A projeção é de crescimento de 5% em 2019. De acordo com o presidente da entidade, João Carlos Marchezan, a indústria brasileira ainda não está investindo na modernização do parque fabril, e sim na reposição dos equipamentos para manter as atividades.

Além disso, as exportações que foram as principais responsáveis pelo crescimento do setor em 2018 estão em queda. No mês de fevereiro, as exportações setoriais registraram a segunda queda consecutiva, tanto em relação ao mês anterior (-11,2%), como na comparação com o mesmo mês de 2018 (-23,9%). No acumulado do ano a queda nas exportações foi de 17,7%. Um dos destinos de exportações que apresentaram queda vertiginosa é a Argentina que experimenta profundos problemas econômicos.

A recessão na Argentina não dá sinais de trégua. No quarto trimestre de 2018, a economia argentina contraiu 6,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. No ano, a economia do país encolheu 2,5%, depois de uma queda de 2,7% em 2017.  Nesse cenário, as compras de máquinas do país recuaram 55% no primeiro bimestre.

O nível de queda nas exportações para a Argentina é grande, mas também se nota redução no volume de compras desde o Brasil em outros mercados. A Europa reduziu suas importações desde o Brasil em 44,2% nos primeiros dois meses do ano na comparação com o mesmo período de 2018. A América Latina em geral reduziu suas importações em 23,2% e, com isso, a participação do subcontinente nas importações desde o Brasil atingiu o patamar de 33%, o mais baixo nos últimos dez anos. No Mercosul a queda foi de 46,6%.

As exportações se mantiveram positivas para os Estados Unidos, que aumentaram suas importações desde o Brasil em 16,9%.

O volume de importações em fevereiro encolheu 15,5% em relação a janeiro, mas aumentou 2,6% na comparação com o mesmo mês de 2018. No primeiro bimestre de 2019, as importações estão 1,1% acima do observado no mesmo período de 2018.

Os setores que se destacam pelo aumento no volume de importações no primeiro bimestre são os de bens de capital, que aumentou em 8,9% a aquisição de componentes; infraestrutura e indústria de base (+6,2%); setor agrícola (+32,8%); e setor de petróleo de energia renovável (+6%). Juntos, a participação desses setores representa 48% do total importado pelo país.

O consumo aparente apresentou alta em fevereiro pelo segundo mês consecutivo, com crescimento de 9,2% em relação a janeiro. Em relação ao mesmo mês de 2018 o crescimento foi de 26,8%. No primeiro bimestre, o consumo totalizou R$ 16,5 bilhões, 18,4% acima do volume do primeiro bimestre do ano passado. A Abimaq considera, porém, que a variação cambial no primeiro bimestre de 16% acabou por elevar os valos das máquinas importadas.

O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) no primeiro bimestre foi de 76,7% - 5,8% acima do resultado verificado no mesmo período de 2018. Apesar do aumento significativo, a situação ainda está longe de ser confortável. A Abimaq considera que o ideal é o Nuci acima de 80%.

A carteira de pedidos apresentou melhora no primeiro bimestre ficou 9% acima do verificado no mesmo período de 2018.
Fonte: Ipesi
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