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Robótica educacional avança no Brasil

Publicado em 02/07/2018

O número de professores que utilizam a internet em atividades com os alunos passou de 39% em 2015 para mais de 50% atualmente

Fonte: Ipesi

Como quase tudo no Brasil, as boas notícias chegam acompanhadas pelas más. O país começa, finalmente, a eliminar a absurda carência de equipamentos de informática nas escolas públicas - hoje, há laboratórios de informática em nada menos do que 81% das escolas - mas, em compensação, somente 59% deles são usados. O número de professores que utilizam a internet em atividades com os alunos também cresceu, de 39% em 2015 para mais de 50% atualmente (incluindo aí as escolas privadas), mas a baixa velocidade da conexão prossegue sendo um empecilho.

Mas, felizmente, essa regra de soma decrescente parece não estar sendo cumprida no que diz respeito à robótica educacional, atendo-se ainda a essa área altamente estratégica para o futuro do país. Principalmente graças a pequenas companhias privadas de alta tecnologia - muitas delas ligadas a universidades ou instituições de pesquisa - o Brasil vem assistindo a um avanço bastante consistente no uso de robôs para finalidades educativas, algo já bastante comum nos países economicamente desenvolvidos, como Estados Unidos, Alemanha, França e Japão.

Melhor do que isto, novos "players" não param de chegar neste mercado também na área de importação e montagem de equipamentos. Agora é a vez da Inbrasmec, uma das pioneiras no Brasil no segmento de robôs de uso doméstico, que decidiu colocar suas digitais também na linha de robôs educacionais.

Em um ano, a empresa espera atender 300 instituições públicas e privadas em todo o país e atingir um faturamento de US$ 10 milhões até 2020 com a comercialização de modelos voltados à robótica educacional. O projeto é ousado: em parceria exclusiva com a chinesa Ubtech, a Inbrasmec investiu cerca de US$ 250 mil, incluindo os investimentos na base industrial instalada.

A ideia é fazer com que os robôs da parceria Ubtech/Inbrasmec sejam utilizados não só em aulas de robótica, mas também de outras disciplinas. Esses robôs têm competências para usos diversos nas aulas, e também recreacional.

"Decidimos entrar nessa área porque vemos um grande potencial do Brasil no engajamento em inovações tecnológicas no setor de Educação", destaca Marco Franco, diretor comercial da Inbrasmec. "Além de nossos robôs agregarem qualidades pedagógicas e tecnológicas, podem ainda desenvolver o lado lúdico do ensino e serem explorado de múltiplas maneiras tanto pelos professores como pelos estudantes".

Inicialmente, a empresa trará dois modelos para o Brasil: o Alpha e o AstroBot (foto), cuja finalidade, além de auxiliar no desenvolvimento pedagógico de forma lúdica, é permitir o desenvolvimento de habilidades de programação e estimular o raciocínio lógico. Os primeiros robôs educacionais da parceria Ubtech/Inbrasmec devem chegar ao Brasil ainda nesse semestre, mas diversas escolas para as quais os produtos têm sido apresentados já demonstraram interesse em adquiri-los.

EXPERIÊNCIAS - A área de robótica educacional também tem sido privilegiada pela produção nacional de robôs verdadeiramente inovadores. A XBot, empresa de São Carlos, cidade de interior de São Paulo tida como centro de excelência tecnológica devido às suas universidades e parques tecnológicos, foi a primeira companhia brasileira criada para a fabricação e comercialização de robôs móveis inteligentes para as áreas de entretenimento e educação. Possui atualmente seis produtos altamente inovadores, focados nos mercados de educação e entretenimento.

Já as tarefas atribuídas ao Rope (Robô Programável Educacional) parecem audaciosas para um equipamento que conta, na sua aparência externa, com apenas cinco botões coloridos, dez tipos de sons e uma porção de luzes e dispositivos eletrônicos. Mas segundo os 20 pesquisadores de sete áreas do conhecimento da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), de Santa Catarina, que desenvolveram o "brinquedo de programar", ele será capaz de auxiliar no desenvolvimento cognitivo e motor, estimular a interação e planejamento de ações e ampliar o raciocínio lógico e matemático de crianças entre 4 e 7 anos.

O principal objetivo da robótica educacional é promover o estudo de conceitos multidisciplinares, como física, matemática, geografia e raciocínio lógico, entre outros. Há variações no modo de aplicação e interação entre os alunos, mas sempre com o objetivo de estimular a criatividade e a inteligência e promover a interdisciplinaridade. Usando ferramentas adequadas para realização de projetos, é possível explorar alguns aspectos de pesquisa, construção e automação.

Em sala de aula, os usos diversos dos robôs podem ser transformados em ideias que estimulam o aluno a sempre querer aprender mais, instigando a voracidade de absorver novos conhecimentos e tecnologias. A robótica educacional procura, assim, auxiliar o aluno na construção e interpretação do aprendizado adquirido nas matérias de aulas convencionais, fazendo esse aprendizado servir até mesmo como uma "ponte" para pesquisas de novos conhecimentos e atualizações. Trata-se de uma verdadeira revolução no ensino, quando empregada por professores treinados na área.

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