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Manufatura Avançada altera perfil profissional

Publicado em 02/05/2018

O desafio é capacitar recursos humanos para essa nova onda tecnológica

Fonte: Abimaq

Um dos pilares da chamada manufatura avançada, o robô colaborativo suscita discussões a respeito do impacto de sua utilização no mercado de trabalho e dos desafios da área de RH das empresas em preparar a força produtiva para a convivência com o "colega" no chão de fábrica.

O Brasil tem um pequeno número de robôs colaborativos em operação nas fábricas em comparação aos países desenvolvidos. Segundo a Federação Internacional de Robótica (IFR, na sigla em inglês), são nove equipamentos desse tipo para cada 10 mil trabalhadores, enquanto a Coreia do Sul e o Japão contabilizam, respectivamente, 437 e 323 autômatos para o mesmo número de pessoal.

Há a expectativa de crescimento do parque de robôs colaborativos no Brasil nos próximos anos com o programa de estímulo à indústria 4.0, lançado em março pelo governo federal, que concede uma linha de crédito de R$ 10 bilhões para projetos de modernização, inovação ou adoção de novas tecnologias na indústria, como inteligência artificial e automação.

Uma das avaliações é que o crescimento do nível de automação mudará o perfil profissional de quem atua no chão de fábrica. Os trabalhadores tendem a perder espaço para o robô colaborativo na execução das tarefas manuais, repetitivas, insalubres e inseguras e precisarão se submeter a um novo processo de requalificação para adquirir novas habilidades e desempenhar outras funções que surgirão na indústria.

Para Ângela Gheller Telles, diretora do segmento de manufatura da Totvs, o desafio da área de recursos humanos das empresas é mostrar que o trabalhador não vai perder emprego com a introdução do robô colaborativo. "Novos trabalhos terão de ser criados para gerenciar os equipamentos e cuidar dos toques finais, que as máquinas são incapazes de fazer", diz.

A Fiat venceu a resistência inicial de sua equipe com o argumento de que o robô colaborativo não é o substituto do trabalhador, mas um auxiliar na execução das tarefas diárias e que a sua utilização vai aumentar a segurança e o conforto no trabalho. "Eu sempre digo que o robô colaborativo é o terceiro braço do operador", ressalta Marcello Marucci, responsável pelos robôs na engenharia de manufatura para América Latina. Desde 2016, a montadora conta com robôs colaborativos na sua planta fabril. Dois deles estão ativos na linha de produção do motor firefly, no polo automotivo Fiat, em Betim (MG), que auxiliam os profissionais na montagem de peças, entregando componentes específicos. Outros dois operam na unidade de motores de Campo Largo (PR).

A companhia está adquirindo mais três equipamentos desse tipo para o polo automotivo Fiat que, a partir de junho, serão utilizados nas unidades de funilaria, para auxiliar na montagem das portas laterais e de montagem final, para preparação da fixação do vidro para-brisa. Além disso, há testes em andamento com um robô de dois braços, para uso na certificação da dimensão de furos do cabeçote do motor. O início de operação está previsto para agosto.

João Alfredo Delgado, diretor de tecnologia da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) concorda que a manufatura avançada tende a promover uma troca de funções na indústria.

Os profissionais deixarão de operar máquinas manualmente e passarão a atuar como programadores de softwares que comandarão os equipamentos. O desafio, portanto, é capacitar pessoal para essa nova onda tecnológica. Entretanto, o diretor da ABIMAQ lembra que a requalificação profissional é uma exigência para qualquer trabalhador, independentemente da introdução do robô colaborativo.

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