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Publicado em 13/01/2016
A parceria mais estreita entre indústrias e universidades é fundamental para o desenvolvimento social e econômico.
O presidente da empresa de semicondutores HT Micron, Ricardo Felizzola, conhece de perto as duas realidades e é quem
garante isso. Foi pesquisador e professor do curso de Ciências da Computação da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS) por dez anos e largou a carreira universitária para abrir o próprio negócio.
A empresa HT Micron, da qual é um dos fundadores, começou como uma startup na Universidade do Vale dos Sinos
(Unisinos). E por isso mesmo, Felizzola, que também é membro da Mobilização
Empresarial pela Inovação (MEI), da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), apresenta oito vantagens dessa interação:
1. Fortalecimento
do empreendedorismo
O empreendedorismo, que promove o surgimento e crescimento de novas empresas, deve ser estimulado
no ambiente acadêmico. Nos Estados Unidos, há muitas escolas de negócios que são referência
no mundo, como Harvard e Wharton, em que professores continuam trabalhando em empresas. No Brasil, o enfoque está mais
em administração do que em negócios e, muitas vezes, os professores não são incentivados
a conciliar a vida acadêmica com o dia-a-dia nas indústrias. “Estas escolas voltadas a ensinar administração
focam em projetos e na sua execução, mas esquecem de algo importante muito valorizado em escolas de negócios:
verificar os resultados”, destaca Felizzola.
2. Transformação de empresas em ambientes
educacionais
As universidades são ambientes educacionais por natureza, enquanto as empresas são
vistas como locais de treinamento. No entanto, a interação com o mundo acadêmico poderá incentivar
indústrias a se tornarem ambientes educacionais, com projeto de pedagógico e de desenvolvimento de novas habilidades
e competências.
3. Transferência de conhecimento e geração
de valor
Como ambientes naturais onde o conhecimento é incentivado e valorizado, as universidades podem
transmitir esse valor ao ambiente de negócios. A partir daí, também aprendem a captar recursos ao negociar
as invenções para que se tornem inovações. Um exemplo nesse sentido é o Google, que foi
criado no ambiente universitário e virou um negócio muito lucrativo.
4. Interação
entre diferentes culturas
Tanto o ambiente empresarial quanto o acadêmico têm seu próprio
conjunto de crenças e valores. Ao interagirem, indústrias e universidades podem harmonizar suas culturas e aperfeiçoá-las
ao incorporar o que há de melhor em cada uma delas.
5. Profissionais que atendam às reais
demandas sociais e econômicas
A universidade deve se preocupar em formar profissionais com competências
para atender demandas sociais. Além disso, os estudantes devem sair da universidade com habilidades para negociar e
reconhecer o valor econômico das suas competências. Mais do que trabalhadores, as universidades devem ser polos
para formar empreendedores.
6. Incorporação da visão de mercado pelas universidades
A base da sociedade moderna é a troca e a negociação. Essa premissa, do ambiente empresarial, poderá
contribuir para a reformulação da gestão das universidades, sobretudo as públicas, tornando-as
mais eficientes e integradas ao sistema econômico. É necessário reconhecer que tanto as invenções
quanto a própria formação de profissionais têm um valor social e econômico. Alunos formados
no sistema público precisam, por exemplo, oferecer uma contrapartida pela educação financiada pela sociedade.
Já os estudantes que abandonam os estudos nas universidades precisariam custear os anos que foram investidos em sua
educação.
7. Estímulo à inovação
No ambiente inovador,
universidades focam em criar novidades e as empresas em produzir os novos produtos em série e mais baratos para o consumidor.
Além disso, as universidades podem incentivar o surgimento de startups. De acordo com Felizzola, a empresa grande,
em geral, aperfeiçoa produtos, enquanto a indústria nova é que é inovadora e vem para desafiar
os grandes negócios.
8. Crescimento da competitividade
Ao estimular a inovação,
aperfeiçoar a gestão de empresas e academia e melhorar a formação da mão-de-obra, a interação
da indústria com universidades potencializa a geração de ativos econômicos ricos em conhecimento
e promove o crescimento da competitividade de um segmento produtivo, região e país. Ocorre nesses locais um
efeito multiplicador e a geração de um ciclo virtuoso de inovação: currículos acadêmicos
com conteúdos mais inovadores e formação de profissionais que geram produtos inovadores e são
mais empreendedores. Mais produtos e empresas bem sucedidas geram mais empregos, arrecadação de tributos, riquezas
que, por sua vez, geram melhores ambientes e demanda para universidades e empreendimentos inovadores.
Por Maria
José Rodrigues
Colaboraram Diana Jungmann, Fabiano Barreto, Julieta Cunha e Leonardo Fernandes
Infografia: Rafael James
Da Agência CNI de Notícias
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