"Interessante matéria do Jornal Estado de Minas, que entrevistou grandes construtoras com uma pergunta na mão: Quais as práticas
de sustentabilidade da sua empresa? Como resposta, algumas te ..."
Interessante matéria do Jornal Estado de Minas, que entrevistou grandes construtoras com uma pergunta na mão: Quais as práticas
de sustentabilidade da sua empresa?
Como resposta, algumas tecnologias muito interessantes e outras que me parecem mais
"greenwashing". Vale a pena conferir:
Para que uma construtora alcance eficiência, com menor impacto ambiental, é preciso
priorizar a sustentabilidade já na concepção dos projetos de seus empreendimentos. "é o projeto que vai apresentar soluções
ambientalmente conscientes para a execução da obra e o posterior funcionamento da edificação, seja na indicação de processos
construtivos industrializados e racionais, com menos ou nenhum desperdício e a consequente redução ou eliminação de resíduos
e ainda menor necessidade de uso de produtos feitos a partir de matérias-primas naturais, seja na especificação de tecnologias
que vão permitir ao futuro usuário da construção economia no consumo de recursos naturais como água e energia elétrica", afirma
o gestor executivo de Planejamento da MRV Engenharia, Evandro Carvalho.
A MRV adota em todos os seus empreendimentos
o processo construtivo de alvenaria estrutural autoportante, que dispensa a execução de vigas e pilares. "A vantagem é que,
se não há a necessidade de executar vigas e pilares, temos menos formas de madeira no canteiro, e ainda menos entulho, porque
o projeto é paginado, portanto os blocos chegam à obra já no tamanho em que serão usados", explica Evandro, ao observar que
o processo convencional de alvenaria só é usado na execução de pilotis, mas com vigas moldadas em forma de madeira de reflorestamento.
Todos os marcos de portas e engradamentos de telhado dos empreendimentos da empresa também são de madeira de reflorestamento.
A construtora ainda usa em parte das obras a areia artificial, feito a partir de resíduos da fabricação de brita, em substituição
à areia natural, cuja extração causa grandes impactos ambientais. Já a Direcional Engenharia, informa o gerente de Novas Tecnologias
da construtora, Márcio Pimenta, substituiu o sistema de alvenaria convencional por outro que usa placas de concreto, já fabricadas
com as perfurações necessárias para embutir tubulações hidráulicas e elétricas. "Dessa forma, não temos retrabalho, quebradeira
ou acúmulo de entulho no processo." Ele observa que as formas usadas para moldar as placas não são de madeira e sim metálicas.
PROTEçãO Iniciativa semelhante é implementada nos canteiros de obra da Even Construtora e Incorporadora. "Substituímos
os equipamentos da obra, tradicionalmente feitos de madeira, por outros, fabricados com diferentes materiais, como ferro e
plástico. A medida foi adotada em estruturas de proteção dos operários nas obras, que agora são metálicas, representando economia
de recursos já que a estrutura de metal é mais resistente e pode ser usada em outras obras. Passamos a utilizar de maneira
gradativa as formas para concreto feitas de plástico, as cubetas, que têm vida útil maior e é reciclável", diz Olívia Cristina
de Medeiros Silva, engenheira de obra da empresa.
Outra decisão da Even é usar portas produzidas com madeira certificada.
Nos empreendimentos, diz a engenheira, é aplicado sistema de tubulação hidráulica que elimina o entulho gerados e incorporado
(para a fixação dos tubos na parede) na obra e aquele produzido em eventuais reformas.
O sistema de paginação
de pedras e placas de cerâmica para revestimento de pisos e paredes é usado pelas construtoras RKM Engenharia, Concreto Empreendimentos
e Conartes Engenharia. "Nesse sistema o projeto já especifica o tamanho correto da pedra ou da placa de cerâmica, de maneira
que não seja necessário o corte da peça para a execução do revestimento, com isso conseguimos eliminar o desperdício e contribuir
para a redução da produção de resíduos total da obra", lembra Juliana Safar, gerente de Projetos da Concreto.
As
construtoras investem na adoção de procedimentos corretos de separação, reciclagem e descarte de entulhos. Na Even, informa
Olívia, foi estruturada uma área para a gestão de resíduos. "Esse processo inclui a exigência da apresentação das licenças
municipais para a contratação de empresas de transporte de entulhos e para despejos nas áreas de Transbordo e Triagem (ATTs).
Criamos ferramentas que permitem avaliar os impactos de cada ação na geração de resíduos, medindo todo entulho gerado pelas
obras. Já estamos conseguindo destinar parte dos resíduos para reciclagem, garantindo o retorno à cadeia produtiva."
Na MRV, é feita a separação dos resíduos nos canteiros de obra. "Materiais como a madeira conseguimos reaproveitar ou vender
e há um controle para que o restante dos entulhos seja direcionado a bota-foras autorizados", diz Evandro Carvalho. A separação
de resíduos também é feita nos canteiros da Conartes, da Concreto, da RKM e da Direcional Engenharia.
Thiago Gonçalves,
assessor de Marketing da Conartes, lembra que para alcançar índices razoáveis de sustentabilidade em uma obra é preciso o
investimento na qualificação e treinamento dos operários. "A conscientização e o treinamento de mão de obra são fundamentais,
pois são os operários que vão colocar em prática as medidas idealizadas pela empresa", argumenta.
Recursos simples
e avançados
Entre as medidas adotadas pelas construtoras para que um empreendimento possa ser considerado sustentável,
destacam-se aquelas que visam à redução do consumo de água e energia elétrica. Tais iniciativas, implementadas nas unidades
e nas áreas comuns do empreendimento, partem da aplicação de recursos simples, de projeto, para melhor aproveitamento de luz
e ventilação naturais, que minimizam o consumo de energia, e chegam ao uso de sistemas avançados, para a captação e reuso
de água.
Na RKM, informa a diretora comercial, Adriana Bordalo, a preocupação com um consumo racional de energia
está presente desde a concepção do projeto do empreendimento. "O posicionamento da edificação no terreno é feito de maneira
que proporcione o máximo de aproveitamento de luz e ventilação naturais. Medida simples, mas que reduz para o usuário do imóvel
a necessidade de uso da iluminação artificial durante o dia e ainda do ar-condicionado."
Thiago Xavier, da Conartes
Engenharia e Edificações, observa que com o mesmo objetivo os projetos dos empreendimentos da empresa especificam grandes
aberturas para janelas. "Os grandes vãos permitem ambientes internos bem iluminados e ventilados e são ainda uma boa solução
estética", assinala. Outra medida simples, pontua Evandro, da MRV Engenharia, é a opção de revestir paredes internas com pintura
em cores claras. "Todo mundo faz isso, porque a cor clara dá aquela sensação de amplitude no ambiente, mas poucos pensam que
a medida também colabora para que a iluminação artificial seja menos acionada."
Em empreendimentos de alto padrão
e luxo, como os executados pela RKM, Conartes e Concreto, uma iniciativa já consolidada é o uso de sistemas alternativos para
o aquecimento de água, como os híbridos solar-gás, em substituição aos aquecedores centrais elétricos. A novidade, sustenta
o gerente de Novas Tecnologias da Direcional Engenharia, Márcio Pimenta, é a introdução da tecnologia em empreendimentos para
a classe média, com unidades com preços entre R$ 80 mil e R$ 100 mil. "Já estamos usando o aquecimento solar em empreendimentos
desse segmento no Norte do país e vamos trazê-la para nossos projetos em Minas Gerais."
ILUMINAçãO As construtoras
introduziram tecnologias, como os sensores de presença para o acionamento da iluminação artificial de áreas comuns, além do
uso de lâmpadas econômicas. "Em nossos empreendimentos é feita a instalação da iluminação das áreas comuns setorizada e com
timer, que permite o acionamento e o desligamento automático, além dos sensores de presença", informa Olívia Silva, engenheira
da Even. Segundo ela, a empresa prioriza a instalação de elevadores com motores de alta eficiência e baixo consumo de energia.
Para reduzir o consumo de água a MRV Engenharia já aplica em seus empreendimentos o uso de vasos sanitários com
caixas acopladas. "Em cada descarga acionada por esse sistema são consumidos seis litros de água. Já no sistema convencional,
de válvula, o consumo é de 20 a 30 litros por descarga", compara Evandro.
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