Blog

Observatórios

Acompanhe nas redes sociais:
  • Twitter
  • Facebook
  • Youtube
Enquete

O que achou do novo blog?

Cadastre-se

e receba nosso informativo

País terá biocombustível de aviação só em 2025

Publicado em 21/07/2017

Diferença de preço em relação a combustível fóssil e falta de marco regulatório específico para esse tipo de produto inibem o crescimento da produção e o consumo, avaliam especialistas

O uso de biocombustíveis na aviação brasileira em maior escala deve ser uma realidade apenas em 2025, estimam especialistas do setor. Hoje, o preço é o principal entrave ao bioquerosene no País.

"A expectativa é que se alcance uma viabilidade econômica para uso do produto em 2025", diz o consultor de emissões e tecnologia da União Brasileira de Indústria de Cana de Açúcar (Única), Alfred Szwarc. Isso significaria uma demanda de 1 bilhão de litros por ano, para uso de 10% na mistura total do combustível usado nos aviões.

"A viabilidade técnica está demonstrada e essa perspectiva nos anima", afirma o consultor. Para as usinas, a demanda criaria um mercado de nicho, com preços acima do praticados hoje. "Esse mercado seria suprido por poucas indústrias, mas temos interesse", comenta Szwarc.

Para o diretor geral da Agroicone, Rodrigo Lima, a perspectiva é de que 100% do combustível de aviação seja renovável em 2050. A projeção leva em conta o acordo firmado pela Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO, na sigla em inglês) para neutralizar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) a partir de 2020.

"Uma parte da redução se dará pelo ganho de eficiência, com aeronaves mais modernas, mas só vamos cumpri-la integralmente com o uso de biocombustível", acrescenta, o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz.

Para o coordenador de pesquisa da Boeing, Onofre Andrade, a criação de um marco regulatório específico para os biocombustíveis de aviação pode estimular esse mercado. "Também acredito que com ganho de escala, os custos de produção podem recuar."

O Renovabio - projeto para estimulo ao desenvolvimento de energias renováveis em discussão no governo - pode ser parte dessa solução, diz Lima. "O projeto será importante para pavimentar o futuro dos diferentes biocombustíveis."

Diferença de preço

O que impede que esse segmento decole é o preço. O gerente comercial da Amyris Brasil, João Paulo Rossi, salienta que há diferença de US$ 3 entre o biocombustível de aviação e o combustível fóssil.

No começo deste ano, a unidade brasileira da companhia de biotecnologia norte-americana anunciou que o projeto voltado para a produção de bioquerosene e biodiesel de cana de aviação no País está "em suspenso". "Optamos por redirecionar nossos esforços devido à inviabilidade comercial". "As empresas [de aviação] precisam estar dispostas a pagar mais", defende o executivo.

Sanovicz ressalta que o querosene de aviação representa hoje um terço do custo da passagem aérea. "Nosso desafio é a criação de políticas públicas que viabilizem um preço competitivo sem onerar o consumidor", salientou o dirigente.

Fonte: DCI

Av. Comendador Franco, 1341 - Jardim Botânico - 80215-090
Fone: 41 3271 7900
Fax: 41 3271 7647
observatorios@fiepr.org.br
  • Twitter
  • Facebook
  • Youtube