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Objetivo de Desenvolvimento Sustentável Nº 7: Energias Renováveis

Publicado em 07/04/2016

FONTE: CEIRI Newspaper

Sem gerar dúvidas, o lema do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) Nº 7, relacionado às energias renováveis, vai direto ao ponto: garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos. Para o brasileiro, o tema é de altíssima relevância, principalmente em decorrência do aumento na tarifa de energia elétrica em 2015, com alta de 49% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), entre janeiro e outubro.

Além do aumento na energia, o país também apresenta alguns episódios de apagões, em virtude dos baixos investimentos na geração de energia, bem como devido as falhas de transmissão. Anteriormente, já havia sofrido com o racionamento de energia durante o biênio 2001-2002 e com apagões que afetaram vários estados do Nordeste, em 2010 e em 2011.

Portanto, diante destes dois problemas, fica evidente a questão de como o Brasil poderia superar as dificuldades e maximizar a exploração de fontes renováveis de energia, de forma a concretizar o acesso à energia mais barata e confiável, conforme o ODS Nº7. As metas abordam: 1) o acesso universal, confiável, moderno e a preços acessíveis a serviços de energia; 2) o aumento substancial da participação de energias renováveis na matriz energética global; e 3) o aumento da taxa global de melhoria da eficiência energética, duplicando-a.

Em alguns pontos, o Brasil assume posição de destaque no cenário mundial. Por exemplo, o país possui a matriz energética mais renovável do mundo industrializado, com 45,3% de sua produção proveniente de fontes renováveis, como os recursos hídricos (usinas hidrelétricas), biomassa e etanol, além das empresas eólica e solar. No mundo, as fontes renováveis só representam 13% entre países industrializados e 6% entre as nações em desenvolvimento.

No Brasil, as hidrelétricas são responsáveis por 90% da energia elétrica produzida. Apesar disso, há um extenso debate sobre os pontos positivos e negativos dessas escolhas. Entre as vantagens, destacam-se a água como recurso renovável, o custo relativo bem inferior, em comparação com outros tipos de usinas – como as termelétricas, as eólicas e as nucleares –, e a geração de energia limpa, sem liberar poluentes na atmosfera. Entre as desvantagens, consideram-se o espaço ocupado pelo represamento dos rios para a construção das barragens, comprometendo áreas de reservas florestais, a diversidade da fauna e a flora na região e ohabitat de comunidades indígenas e populações tradicionais. Por exemplo, a construção da usina de Belo Monte (Pará) tem gerado inúmeras críticas, devido ao impacto social e ambiental na região.

No campo da energia solar, a Agência Internacional de Energia (IEA) considera que ela responderá por, aproximadamente, 11% da ofertamundial de energia elétrica em 2050. Atualmente, o Governo brasileiro pretende colocar o país entre os 20 países com maior geração de energia solar, representando 1% do total. Contudo, a capacidade atual – produzida com sistemas solares fotovoltaicos – representa menos de0,0008%, em relação a todos os tipos de usinas que produzem energia elétrica. Essa pífia participação é explicada pela ausência de incentivos para este tipo de energia. Por exemplo, no caso da geração descentralizada – aquela gerada pelos sistemas instalados nos telhados das residências – praticamente não recebe apoio governamental.

No campo da energia eólica, o Brasil já integra a lista de maiores produtores do mundo, alcançando o quarto lugar na expansão da potência eólica em 2014. O maior potencial de expansão se encontra no interior do Nordeste, especialmente no semiárido brasileiro. Para Élbia Gannoum, presidente da Abeeólica, “enquanto a média de produtividade de um gerador eólico é de 28% a 30% no mundo e supera 50% no Brasil, este índice atinge picos de 83% no Nordeste”. Atualmente, a energia eólica responde por 5,8% da matriz energética nacional, com 322 usinas de energia eólica no país, com capacidade de produção equivalente à usina hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, a segunda maior em operação no Brasil.

Outras fontes alternativas estão sendo desenvolvidas, utilizando dois tipos de energia: hidrogênio e ondas do mar. Apesar de ter fontes praticamente infinitas e não poluírem, elas ainda esbarram em questões relacionadas à eficiência e ao custo. No caso do hidrogênio, a energia é gerada por meio de pilhas de hidrogênio. Como o gás não é encontrado bruto na natureza, ele é separado de outros elementos por meio de um processo químico. No caso da geração de energia a partir das ondas do mar, o projeto foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). De acordo com a equipe, “o Brasil possui um mar bastante energético. Este projeto poderia ser implantando em qualquer lugar da costa brasileira”.

Em suma, apesar do amplo uso da energia a partir de fontes renováveis, o país apresenta um leque de oportunidades para a produção de energia e a necessidade clara de expandir seu uso. O recente aumento nas contas de energia provou que o país não pode se tornar refém da incidência de chuva para a produção nas usinas hidrelétricas. Por ora, os ventos fortes do litoral, o sol escaldante e as ondas da praia precisam ultrapassar os slogans do turismo, para se tornarem referências na matriz energética brasileira.

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