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Estados Unidos são o grande destaque do mercado global de pellets

Publicado em 28/01/2016

FONTE: Biomassa BR

Faz tempo que os norte-americanos dominam o mercado mundial de pellets. O gigantismo das indústrias dos EUA e Canadá impressionam pelo tamanho e, sobretudo, pelos números expressivos de sua produção. 

A maior fábrica de todas, localizada no Estado da Geórgia, produz 825.000 t/ano, ou seja, quase 100 t/hora. Em 2013, quase 26% de toda a produção mundial de pellets foi produzido lá. O Reino Unido, sozinho, importou quase 80% de tudo o que foi produzido lá. É o principal destino dos biocombustíveis sólidos produzidos nos EUA. E a produção de pellets vem crescendo, ano a ano, exponencialmente. Hoje são 186 plantas industriais com capacidade para produzir mais de 21 milhões de t/ano. 

O Canadá, que também tem produção voltada para exportação, detém pouco mais de 8% do mercado mundial. Engana-se quem acha que as indústrias americanas perderão o fôlego. As previsões estimam consumo mundial perto de 50 milhões de toneladas já para 2020. Além disso, a demanda tem crescido na europa e novos mercados estão se abrindo na Ásia, principalmente para Coreia e Japão. Por isso, no sudeste dos EUA, pipocam volumosos projetos para incrementar, ainda mais, a produção desses biocombustíveis que já são commodities com negócios estáveis em todo mundo. 

ESTATÍSTICAS DOS WOOD PELLETS PRODUÇÃO EM 2013 (milhões de t) % DA PRODUÇÃO MUNDIAL Nº DE INDÚSTRIAS (em 2015) CAPACIDADE INSTALADA (milhões t/ano)
Mundial (m³) 22,00 100,00% 950 -
Estados Unidos (ton) 5,70 25,91% 186 21,3
Canadá (ton) 1,80 8,18% 55 5,6
Brasil (ton) 0,06 0,27%/td> 16 40,3




O Brasil figura neste mercado com participação inexpressiva. As indústrias brasileiras de pellets não conseguem competir com as indústrias norte-americanas e poucas delas estão conseguindo exportar. Por mais que tenhamos fatores favoráveis para a produção do biocombustível, como as grandes áreas de reflorestamentos com espécies comerciais, muitas indústrias madeireiras nas regiões sul/sudeste e condições climáticas que proporcionam maior taxa de crescimento das florestas do que qualquer outro país do mundo. Ainda assim, não estamos produzindo com a eficiência necessária para competir no mercado internacional. Mas, afinal, qual o diferencial da gigantesca indústria de pellets norte-americana? 

Os EUA produzem pellets há quase 40 anos. Possuem desenvolvimento tecnológico, estrutura e logística para enviar seus produtos para qualquer lugar do mundo com qualidade e custo. Assim, o sucesso presente (e futuro) das suas indústrias podem ser explicadas por:

? Incentivo dos governos as energias renováveis

O mercado europeu continua dominando o consumo mundial de pellets. Diversos países oferecem incentivos (em dinheiro) para quem preferir comprar equipamentos movidos à pellets do que a óleo ou gás. Assim, as metas para redução das emissões forçam a utilização de combustíveis de baixo carbono como os pellets.

? Eficiente modal logístico

Nos Estados Unidos a rede ferroviária, as hidrovias e as rodovias estão interligadas com as indústrias e os portos. Uma pesquisa mostrou uma diferença de U$ 80 dólares por tonelada no preço dos fretes, comparando a cidade de Sorriso (MT), e o estado de Illinois, considerado o maior produtor de grãos dos Estados Unidos. A falta de comunicação entre os diversos modais no País não forma corredores logísticos eficientes. Isso, associado a baixos investimentos e grande burocracia, são apontados como os nossos piores problemas.

 Escala de produção

Os americanos utilizam-se da economia de escala (produzir em grandes quantidades) para produzir pellets com custos baixos. A escala de produção conduz à redução do custo médio de produção e explica porque razão algumas empresas crescem de forma tão expressiva. Nossas indústrias, a maioria de pequeno porte, ainda não conseguem produzir pellets com custo tão baixo quanto os norte-americanos.

 Custo da energia elétrica

O preço da energia elétrica é sempre um fator impactante nos custos de produção de qualquer indústria, principalmente das mais automatizadas. Um estudo realizado pela FIRJAN, no ano passado, concluiu que o preço do MWh de energia aqui no Brasil é quase 4 vezes maior do que nos EUA. Imaginem a diferença nesse ano então, com a bandeira vermelha de energia!

Há uma distância enorme entre a robusta indústria norte-americana de pellets e a minúscula brasileira. Com esforço, podemos dimunir essa distância nos próximos anos. Mas, ao que tudo indica, os norte-americanos continuarão soberanos no mercado de wood pellets por mais alguns anos.


Fonte: Biomassa BR
Informações: Dorival Pinheiro Garcia - Presidente ABIPEL

Av. Comendador Franco, 1341 - Jardim Botânico - 80215-090
Fone: 41 3271 7900
Fax: 41 3271 7647
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