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Identificadas novas enzimas produtoras de etanol

Publicado em 11/05/2015

Pesquisa desenvolvida na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP utilizou técnicas genômicas e moleculares para analisar quais genes e vias são regulados durante o crescimento do fungo Aspergillus niger em bagaço de cana-de-açúcar explodido. A partir dessa análise, foram identificadas enzimas, que, no futuro, podem ser utilizadas para a elaboração de coquetéis eficientes na degradação de polissacarídeos, açúcares presentes na parede do bagaço da cana-de-açúcar, e com isso obter etanol celulósico.

O estudo venceu o último Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade — grupo II Aproveitamento, Reaproveitamento e Reciclagem de Resíduos e/ou Rejeitos, promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

A autora da pesquisa Estudos genéticos e moleculares da produção de celulases e hemicelulases em Aspergillus nidulans e Aspergillus níger, Paula Fagundes de Gouvêa, desenvolveu seus estudos dentro do programa de Pós-Graduação em Bioquímica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP com orientação do professor Gustavo Henrique Goldman, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP.

Um dos grandes desafios para a ciência, nos próximos anos, é o de encontrar novas fontes de energia renováveis. Além disso, no Brasil ainda é necessário um melhor aproveitamento das áreas de cultivo da cana-de-açúcar, sem que isso signifique o aumento da área plantada. No contexto dessa cultura agrícola, o bagaço da cana-de-açúcar vem sendo utilizado para a produção do chamado etanol de segunda geração, que já se encontra entre os maiores subprodutos agroindustriais do Brasil. Atualmente, os coquetéis enzimáticos utilizados nesse processo são importados e representam de 20% a 25% do custo total de produção do etanol de segunda geração.

Coquetéis enzimáticos

Segundo a autora os coquetéis enzimáticos comercializados contêm celulases produzidas pelo fungo Trichoderma reesei, entretanto seu custo ainda é considerado alto. A pesquisadora conta que para identificar essas enzimas utilizou técnicas de genômica e de biologia molecular, e, como organismo modelo, os fungos Aspergillus niger e Aspergillus nidulans. “Utilizamos uma abordagem genômica para investigar quais genes que codificam celulases e hemicelulases são regulados durante o crescimento do fungo Aspergillus niger em bagaço de cana pré-tratado”, relata.

Foi possível obter resultados de como estes fungos regulam a secreção de enzimas hidrolíticas (celulases e hemicelulases), utilizando o bagaço de cana-de-açúcar como fonte de energia. “Estes resultados colaboram para a melhora da produção destas enzimas visto que este é um dos passos mais dispendiosos para o desenvolvimento do etanol de segunda geração”.

Além da questão econômica, Paula lembra que as mudanças climáticas mundiais, agravadas pelo efeito estufa são conhecidas e trazem consigo consequências indesejáveis ao meio ambiente, causando transtornos à sociedade e até colocando em risco a existência de vida na terra. Assim, a participação de fontes renováveis na matriz energética é uma das medidas que se faz necessária para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa e a consequente redução do aquecimento global.

“Diante deste cenário, há a necessidade de se determinar novas fontes de energia que tragam sustentabilidade ao planeta, se fazendo necessário o desenvolvimento de tecnologias para obtenção de combustíveis de fontes renováveis, como é o caso do etanol de segunda geração”, completa.

Recentemente, no Brasil foram inauguradas duas usinas que produzem o etanol de segunda geração, uma no estado de Alagoas, e outra, em Piracicaba, São Paulo. “Entretanto, para que estas usinas possam produzir o etanol de segunda geração economicamente viável, ainda existe a necessidade de mais pesquisas voltadas principalmente na redução do custo de produção destas enzimas”, conclui.

Informação de: WeBioEnergias

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