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INT cria metodologia para avaliar impacto de biocombustíveis em peças de veículos

Publicado em 11/03/2015

Problemas de corrosão e degradação supostamente associados à presença crescente etanol e do biodiesel nas misturas com a gasolina e o diesel têm sido frequentemente relatados em fóruns internacionais, carecendo, no entanto, de comprovação científica e validação tecnológica. Apesar da liderança da tecnologia automotiva brasileira nesse tema – incluindo as áreas de combustíveis e materiais –, essas dúvidas acabam se tornando barreiras técnicas para a expansão do uso dos biocombustíveis. Por isso, foi encomendado ao Instituto Nacional de Tecnologia (INT) pela Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) um projeto que visa desenvolver novas metodologias de avaliação capazes de ratificar entre os principais especialistas do setor a compatibilidade de materiais e peças.

O trabalho espera também garantir ao mercado que o biodiesel e o etanol podem ser utilizados em teores crescentes em adição ao diesel e à gasolina respectivamente, sem riscos da incidência de processos de degradação, corrosão, entupimentos, formação de resíduos e ataques superficiais, que venham a comprometer a durabilidade e o desempenho dos veículos.

Para atingir esse objetivo, o projeto “Estudos de compatibilidade de materiais, degradação e de corrosão envolvendo biodiesel, álcool combustível e suas misturas”, iniciado em janeiro de 2015, terá pelo lado brasileiro o aporte parcial de recursos do CNPq em estudos coordenados pela área de Corrosão e Degradação do INT. O trabalho se complementará pelo lado europeu, com participação de Portugal – por intermédio da Universidade Técnica de Lisboa – e da Alemanha, por meio do Instituto de Materiais (IFW) da Universidade Técnica de Darmstadt (UTD), com recursos da Agência Alemã Especializada em Matérias-Primas de Demanda Crescente (FNR).

Além do desenvolvimento de metodologias de monitoramento e controle de eventuais danos causados pelo aumento desses percentuais, o projeto avaliará a compatibilidade de materiais de amplo uso, tais como o aço carbono e elastômeros; peças veiculares consideradas críticas como bombas de combustível e filtros; e componentes integrantes de novos sistemas de alimentação, armazenagem e de injeção eletrônica adotados pela vanguarda da indústria automobilística.

“A inovação estará presente especialmente na formulação de novos surrogates, que são soluções sintéticas especialmente desenvolvidas para a avaliação padronizada em ensaios comparativos de corrosão, a serem definidas de comum acordo entre os laboratórios envolvidos. Utilizando água, cloreto e outros contaminantes, essas soluções serão a base para que se desenvolvam novas formulações de testes e de metodologias de consenso entre os mercados brasileiro e europeu, como as já acordadas em nível internacional no caso de emissões veiculares. Em outra linha, o projeto testará novos aditivos anticorrosivos e sua compatibilidade com peças e componentes expostos aos diferentes teores de biocombustíveis presentes nas misturas, desenvolvendo e validando essas novas formulações para as indústrias automotiva, de autopeças e de combustíveis veiculares”, destaca o tecnologista Eduardo Cavalcanti, coordenador do projeto pelo INT.

O trabalho também terá o objetivo de estabelecer novos parâmetros de qualidade e especificações a serem submetidos à aprovação das empresas e de entidades normativas e de regulação nacionais e internacionais, prevendo-se a discussão dos resultados em câmaras e fóruns técnicos nacionais e internacionais, além da geração de recomendações para os setores de combustíveis, biocombustíveis, aditivação, automotivos e de autopeças.

Por meio de um extenso programa de pesquisa liderado pelo INT, realizado desde a época de implantação do Proálcool, o Brasil tem sido pioneiro em soluções para problemas de corrosão, degradação, compatibilidade de materiais, distribuição e logística envolvendo o etanol e misturas. Hoje, já utilizando as misturas de etanol em 27% da gasolina – o E27 – e de biodiesel em 7% do diesel – o B7 –, o País tem na sua pauta de discussão a adoção do E30, com 30% de álcool, e do B10, com 10% de biodiesel, visando minimizar a pressão das importações de gasolina e diesel.

No tocante a Portugal e Alemanha, que integram o projeto, observam-se também perspectivas de ampliação dos mercados de etanol e de biodiesel em teores mais elevados, aos atualmente empregados - em patamares inferiores aos adotados no Brasil, como no caso do etanol na Europa (de 5 a 10%) , e que serão também motivo da pesquisa, como o E15. Misturas com teores de biodiesel acima dos 7% hoje utilizados no Brasil e a Europa, como o B10, também serão submetidos aos testes.

“Ainda existem desafios técnicos envolvendo o desenvolvimento de metodologias de avaliação do desempenho de materiais e dos componentes veiculares considerados críticos, bem como oportunidades para o desenvolvimento e validação de aditivos que satisfaçam ambos mercados”, conclui Eduardo Cavalcanti.

Informação de: Anpei

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