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Parceria para a produção de etanol de arroz

Publicado em 20/03/2014

Há onze anos no Brasil atuando na compra e venda de grãos, a cooperativa americana CHS, dona de um faturamento global de US$ 44 bilhões, fechou um contrato no país que vai, em uma única tacada, ampliar a venda de fertilizantes e os negócios de comercialização de etanol. A americana fechou um contrato de exclusividade para a compra do biocombustível produzido pela gaúcha USI Biorefinarias e busca com isso estreitar o relacionamento com os produtores parceiros da empresa brasileira para também ampliar seus negócios de venda de insumos.

A ideia é que os dois negócios andem juntos, por meio de operações de barter de etanol, com fornecimento de adubo em troca de biocombustível, nos moldes do que já ocorre tradicionalmente com produtores de grãos.

O etanol que a USI vai fornecer à CHS tem um diferencial: a matéria-prima usada na fabricação é um arroz impróprio para consumo humano, desenvolvido pela Embrapa, apelidado de "arroz gigante". É com produtores desse cereal que a CHS quer estreitar o relacionamento para vender mais adubo e ampliar as operações de barter no país, hoje restritas a 5% das transações da companhia americana no Brasil.

Atualmente a USI tem uma usina de etanol de arroz em operação, mas tem um projeto que prevê a construção de outras 14 no Rio Grande do Sul, utilizando a mesma matéria-prima. Juntas, as 15 vão produzir 105 milhões de litros do biocombustível. O projeto prevê uma área cultivada total de arroz de 112 mil hectares - 7,5 mil hectares por usina - entre arroz para etanol e para consumo humano.

Segundo o presidente da USI, Francisco Mallmann, no máximo 20% da área de 112 mil hectares serão ocupados pela variedade de arroz gigante, que tem teor de amido elevado e serve apenas para a fabricação de etanol e de ração animal.

Cada usina, conforme Mallmann, demanda investimentos de R$ 6 milhões a R$ 7 milhões. Os produtores de arroz podem ser sócios com até 49% de participação. A primeira unidade, diz ele, foi feita com recursos próprios empresa. O cronograma de construção das outras 14 usinas tem dois cenários possíveis. O primeiro deles é o de colocar todas as plantas em operação já em 2015, o que só será possível se vingarem as negociações em curso com fundos de investimento para venda de até 20% da empresa, de acordo com Malmann.

No segundo cenário, que considera concluir o projeto com recursos próprios, as usinas só entrariam em operação em 2017. "Temos opções de financiamento, como linhas do BNDES, e a opção de oferecer recebíveis de venda de etanol à CHS como garantia de empréstimos", afirma o executivo da USI.

A parceria com a USI dá à CHS potencial de ampliar em 15% as vendas de fertilizante no país que, em 2013 foram de 440 mil toneladas. "A condição para a existência do contrato de compra do etanol é que a área do arroz não comestível se limite a 20% da área total de cada produtor de arroz tradicional", diz o diretor de Biocombustíveis da CHS, Clayton Melo. Ele esclarece que o contrato com a USI não prevê nenhuma obrigatoriedade de o produtor de arroz do projeto adquirir insumos da CHS.

A CHS faturou US$ 1,3 bilhão no Brasil em 2013, sobretudo com movimentação de soja e milho. Nos Estados Unidos, a cooperativa é a terceira maior exportadora de grãos, atrás das também americanas Cargill e ADM e tem mais de 350 mil produtores associados. A cooperativa é a terceira maior trading de etanol dos EUA, com 1 bilhão de galões negociados no ano passado - o equivalente a 3,785 bilhões de litros.

No Brasil, a CHS movimentou entre junho e dezembro de 2013, primeiros meses de operação com etanol no país, 40 milhões de litros. Em 2014, a companhia espera pelo menos triplicar esse volume para 1,2 bilhão de litros. Até agora, a movimentação foi quase toda de etanol de cana-de-açúcar. Isso porque a primeira usina do biocombustível de arroz da USI entrou em operação há cerca de quatro meses em São Gabriel (RS).

Quando as 14 usinas da USI estiverem prontas, a CHS terá uma oferta de 105 milhões de litros de etanol (anidro e industrial). Se todo o potencial de venda de fertilizantes aos produtores de arroz - cerca de 60 mil toneladas por ano - for concretizado, a participação do barter nas operações da CHS no Brasil sairão de um percentual de 5% para 12%, nos cálculos de Clayton Melo, da CHS.

"Nosso objetivo é que a troca de produção por insumo alcance 30% no país. Temos estratégias em andamento também para ampliar nossa fatia em grãos no Centro-Oeste", diz Malmann, da CHS. O cultivo do "arroz energia" em escala comercial deve começar na próxima safra 2014/15, uma vez que neste ano está sendo feita a multiplicação de sementes, segundo o executivo.

A venda de toda a produção de etanol da USI deve ser feita no mercado do Rio Grande do Sul que consome 1 bilhão de litros por ano, mas importa quase toda a demanda, segundo o diretor da CHS.

Clayton Melo afirma que não há uma visão muito clara de qual o potencial de crescimento dos negócios de compra e venda de etanol de cana no Brasil. "Quanto mais consolidado o mercado, menores as oportunidades". Os negócios da CHS com as usinas de cana ocorrem, na maior parte, no mercado spot, apesar de a intenção ser a de ampliar os contratos de longo prazo, segundo Melo.

 

 

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Tecnologia foi desenvolvida a pedido da Vale.

 

 

A USI Biorefinarias, empresa gaúcha especializada tecnologias para biocombustíveis, começou a pesquisar um processo de fabricação de etanol em pequena escala após ser procurada pela Vale Soluções em Energia (VSE), companhia de pesquisa formada a partir da associação entre a Vale, o BNDES e a Sygma.

O presidente da USI, Francisco Malmann, conta que a ideia era ter uma tecnologia simplificada para que a produção do biocombustível pudesse abastecer geradores de energia, em linha com um projeto da VSE de levar eletricidade a comunidades isoladas.

Assim, em parceria com universidades e institutos de pesquisa, a USI concluiu em 2010 o desenvolvimento de uma usina capaz de fabricar até 20 mil litros por dia de etanol a partir da fermentação de cereais.

Com arroz, explica Malmann, o processo é semelhante ao de produção do saquê, tradicional bebida japonesa resultante da fermentação desse grão. No entanto, no caso do etanol há a destilação desse caldo fermentado do arroz - ou seja, a destilação do "saquê".

Como o projeto da VSE ficou engavetado, diz Malmann, a USI foi buscar outros nichos para aplicar a tecnologia. "Vimos que o Rio Grande do Sul precisa importar 100% dos cerca de 1 bilhão de litros de etanol combustível que consome anualmente. Por outro lado, o produtor de arroz sofre com falta de liquidez. "Esse mercado para o arroz gigante tem potencial para trazer mais equilíbrio nessa cadeia".

Malmann vê ainda oportunidades para desenvolver um modelo de produção semelhante em Mato Grosso, usando o milho como matéria-prima.

Informação de: Valor Econômico

 

 

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