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Expectativas para o setor energético brasileiro em 2013

Publicado em 07/02/2013

O setor energético do país está passando por um momento de grandes mudanças, o que pode trazer insegurança, ou representar novas oportunidades de negócio.

As previsões para 2013 são baseadas em fatores ligados diretamente a Medida Provisória 579, proposta do governo federal que inicialmente levaria 20% de economia ao consumidor, e, atualmente, pode conseguir oferecer apenas cerca de 16% para as empresas e 10% aos consumidores residenciais.

Além disso, o PLD (Preço de Liquidação das Diferenças), custo estipulado semanalmente pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) para precificar a energia no país, tem um máxima prevista em R$780,03/MWh para o período. Esse valor já reflete os efeitos da MP 579, aliados à situação desfavorável do regime hidrológico, por conta da escassez de chuvas no norte, sudeste e nordeste desde fevereiro do último ano. Em outras palavras, haverá muita oscilação e, talvez, o desconto tão esperado só chegará às contas no final do mês havendo transferência de financiador: sai de cena o consumidor de energia, entra em cena, o contribuinte. Ao final do dia, não há mágica.

Diante destes fatos, a expectativa é que os preços continuem voláteis no mercado livre, porém, seus consumidores poderão permanecer seguros, desde que se prontifiquem a fazer contratos de longo prazo, principalmente depois que a venda de excedentes foi permitida na lei de conversão da MP 579, proporcionando flexibilidade e aumentando a competitividade na gestão energética. A empresa que contratou energia em longo prazo, não sofrerá com surpresas desagradáveis, porém, o empresário que deu ouvidos aos conselhos de “pseudoconsultores” vai continuar descontratado, sem as garantias de um acordo feito a partir de análises rigorosas e inteligência de mercado.

A previsão para as companhias geradoras de energia varia de acordo com a decisão que foi tomada com relação ao acordo oferecido pelo governo. As empresas que acataram a renovação de concessão prevista pela MP, serão obrigadas a enxugar custos e haverá uma possível demissão de colaboradores. Os acionistas terão um retorno abaixo do previsto e as corporações ainda podem passar por longas brigas jurídicas, por conta das indenizações que desejam receber do governo. Fora isso, os papéis destas empresas têm sofrido quedas significativas na bolsa, como no caso da Eletrobrás, por exemplo, uma das primeiras a aceitar o acordo e experimentar uma desvalorização de 45% desde setembro, mês em que a MP foi anunciada.

Essa queda ocorreu porque qualquer gesto brusco pode desestabilizar os movimentos do capital a ser investido. Nesse caso, o episódio afetou diretamente a confiança dos acionistas, pois rompeu-se com regras consolidadas para aportes no setor. Dessa forma, a MP pode sacrificar os cofres públicos via contribuinte, já que com ela deixaremos de pagar encargos nas contas mensais, para fazermos isso via impostos.

Em contra partida, é possível enxergar outras possibilidades e, com muito planejamento, empresas e consumidores residenciais podem passar por este momento de incertezas sem prejuízos. Apesar das previsões não muito animadoras, é importante perceber o potencial de algumas táticas para conseguir desviar dos preços mais altos. Entre elas ganham destaque as boas práticas de eficiência energética, capazes de reduzir entre 10% e 20% o consumo por meio de uma gestão mais inteligente de equipamentos, processos e comportamento.

Esta modalidade de serviço é acessível não apenas para companhias contratantes do mercado livre de energia, mas, também, aos consumidores cativos. A partir da análise de consumo e de infraestrutura, utilizando inteligência voltada ao mercado, é possível aperfeiçoar o uso das fontes de energia, gastando-se menos, mas operando com a mesma produtividade. Isso pode garantir diminuição de custos e eliminação do desperdício, sempre tendo em vista a manutenção da qualidade.

É importante se ater ao fato de que todo mercado oferece opções de acordo com o cenário e demanda do momento. O resultado de ações com este foco é extremamente positivo, não apenas para a estratégia financeira, mas para definir uma postura socioambiental consciente, além de ser uma ótima saída para as possíveis turbulências que setor deve enfrentar este ano.

Mikio Kawai Jr. é economista pela FEA-USP (1995), mestre em economia pela Unicamp (1999 - dissertação sobre gestão de riscos) e Advanced Executive Management pela IESE Business School (Espanha 2011). Iniciou a carreira no mercado financeiro em bancos de investimentos, tanto nacional como estrangeiro, migrou para o mercado de energia na sua genese, em 1998, tendo trabalhado na CPFL Energia ate 2004, atuou como gerente de suprimento de energia na AES Brasil, gerente de operações na Openlink (Nova York e SP). Desde 2008 ocupa o cargo de diretor executivo do Grupo Safira, companhia que atua na comercialização de energia, além de consultoria e prestação de serviços em representação de entidades no âmbito da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).


Informação de: Infoenergia

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