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China representa ameaça aos fornecedores do pré-sal

Publicado em 18/12/2012

Entrada de produtos chineses no País, que se intensificou durante o período de recuperação da crise financeira de 2008. E vem tirando mercado do setor automotivo, agora ameaça também o fornecimento da cadeia de petróleo e gás voltada ao pré-sal.

A atração de empresas do Exterior para esse segmento pode provocar, além da perda de mercado para os importados, o deslocamento da indústria local para setores de menor valor agregado. Ou seja, em vez de desenvolver tecnologia, as empresas passam a trabalhar somente com a montagem de produtos.

Uma válvula borboleta (usada para isolar ou regular a vazão de um fluido) fabricada na China, por exemplo, chega no País com preço três vezes menor do que o que se paga somente pela matéria-prima brasileira.

Outros pontos destacados por levantamento da Organização Nacional da Indústria do Petróleo, foram os riscos de captação de financiamento externo atrelado ao suprimento e de criar um cliente único fornecedor da Petrobras.

RAIO X

Existe uma série de fatores que contribuem para esse cenário, que preocupa o setor por desestimular a competitividade da indústria. Dentre eles, os já conhecidos - e criticados - pelas fabricantes de autopeças, como a alta carga tributária, o custo do capital - que inclui empréstimos para capital de giro - e o real valorizado. Todos chamarizes para a importação.

O diretor-geral da Onip, Eloi Fernández y Fernández, destacou que é preciso haver mudanças estruturais na cadeia de petróleo e gás, como a remoção de obstáculos que impeçam o aproveitamento de ganhos em escala, o aumento do ganho de produtividade, o investimento na educação básica e técnica e a redução dos gargalos da infraestrutura. "É preciso, em primeiro lugar, assegurar a desoneração dos investimentos e garantir às empresas locais as mesmas condições de isenção das empresas estrangeiras para o fornecimento de produtos e serviços."

Outras ações igualmente prioritárias são o incentivo à criação de institutos tecnológicos voltados à pesquisa industrial, a simplificação de regras de conteúdo local reduzindo burocracia e custos para a cadeia e operadores e o estímulo, através de premiação, às empresas que superarem metas de conteúdo local.

INVESTIMENTO

Fernández contou que, até 2014, devem ser investidos pela indústria brasileira R$ 611 bilhões, sendo que 62% ou R$ 378,8 bilhões serão provenientes do setor de petróleo e gás. Esse valor corresponderá a metade dos aportes realizados em infraestrutura, de R$ 756 bilhões.

O diretor da Onip diz que 79% do investimento da cadeia deverá partir da Petrobras (US$ 212 bilhões) e, 21% (US$ 58 bilhões), de empresa de fora que têm atividade no País - a maioria é parceira da estatal.

"Nesse período, a demanda por bens e serviços deverá alcançar cerca de R$ 400 bilhões", avisou o executivo.

Crise dos Estados Unidos não vai alterar aportes da estatal

A turbulência norte-americana, que ganhou os holofotes do mundo todo após rebaixamento da nota do rating soberano (que avalia a capacidade de um país honrar suas dívidas) concedida pela agência de risco Standard & Poor's de AAA para AA+, não vai mudar os planos de investimento da Petrobras. Até 2015 estão previstos US$ 224,7 bilhões (R$ 357,2 bilhões).

"Uma crise não pode mudar um plano estratégico de longo prazo", afirmou o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli. "No auge da turbulência anterior, anunciamos o investimento de US$ 176 bilhões e foi um escândalo. Mas, ao nosso ver, a crise não cancelou o futuro, as pessoas vão continuar andando de carro, ônibus, avião e navio. A necessidade do combustível não vai acabar e, muito menos, sua demanda."

O aporte integra o objetivo de elevar a produção do pré-sal de 2% para 40% até 2020. "O mercado brasileiro, que é hoje de 2,1 milhões de barris por dia de consumo de derivados de petróleo, vai ultrapassar 3 milhões em 2020", disse Gabrielli.

Número de empregos pode chegar a 2,5 milhões

A cadeia do petróleo e gás emprega, atualmente, em todo o País, 420 mil trabalhadores. A expectativa da Organização Nacional da Indústria do Petróleo é que, com a exploração do pré-sal, esse número salte para 2,5 milhões de postos de trabalho até 2020.

A perspectiva é calcada em três fatores principais. Com o aumento da demanda local com participação constante no fornecimento, espera-se gerar mais 760 mil vagas. A variação da participação no fornecimento deve propiciar a contratação de mais 1,150 milhão e o crescimento da exportação, mais 170 mil.

No entanto, o diretor-geral da Onip, Eloi Fernández y Fernández, alertou, durante evento que discutiu os novos desafios do pré-sal, que se a indústria nacional não tiver subsídios para se tornar competitiva, esse número chegará a, no máximo, 860 mil, cerca de 500 mil a mais do que hoje, em vez de quase 2,1 milhões.

CAPACITAÇÃO

Até lá, segundo o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, 280 mil profissionais da cadeia de fornecimento serão capacitados pelo Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural.

A Petrobras é a principal financiadora deste plano de qualificação, aportando recursos previstos para investimentos em pesquisa e desenvolvimento. O Prominp conta também com verba do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Os cursos de qualificação são oferecidos por meio de processos de seleção pública que ocorrem, no mínimo, uma vez por ano nos Estados que possuem empreendimentos do setor de petróleo e gás natural. Os candidatos precisam se inscrever no curso desejado e, em seguida, realizar a prova nacional de seleção.

FINANCIAMENTO

Gabrielli anunciou ontem que será disponibilizada uma modalidade de financiamento com juros até 40% menores que os praticados no mercado para facilitar a vida dos fornecedores da cadeia. "Esperamos alcançar 250 mil empresas no País", contou. "O benefício será concedido até o quarto elo da cadeia para as companhias que comprovarem fazer parte dela pelo fato de terem a garantia de pagamento da Petrobras.".

Fonte: Diário do Grande ABC

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