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Publicado em 14/05/2012
Quando foram divulgados os resultados do primeiro leilão exclusivo para energia eólica, em 2009, a Renova Energia, então uma desconhecida, surpreendeu ao levar o maior número de contratos na licitação. Três anos depois, agora uma gigante do setor, a companhia começa a entregar seus primeiros parques e ainda tem grandes ambições no segmento. Em julho, a empresa colocará em operação um complexo eólico de 294,4 MW - o maior do Brasil.
É um investimento de R$ 1,17 bilhão em 14 usinas, distribuídas pelos municípios de Guanambi, Caetité e Igaporã, no interior da Bahia. O projeto, que já seria complexo pelo porte, fica ainda mais robusto por conta dessa localização. Afinal, as plantas estão a mais de 700 km da capital, Salvador, em pleno semiárido baiano. Para levar os equipamentos até o local, a Renova precisou construir 75 km de estradas de acesso, além de ampliar vias, para passar com grandes caminhões.
"A obra de um parque eólico é relativamente simples. O principal desafio é a logística", afirma Rodrigo Bota, superintendente de Implantação Eólica da Renova. "A maior dificuldade é construir os acessos e trazer os equipamentos."
No fim das contas, os gastos com construção civil vão consumir 10% do orçamento total do projeto - mais de R$ 100 milhões. "Comparativamente, é um volume três a quatro vezes maior que o gasto em usinas mais próximas de grandes centros ou no litoral", afirma Marcelo Amaral, diretor de Engenharia e Operações da Renova. Do investimento total, R$ 904 milhões, o equivalente a 77% foi financiado pelo BNDES e pelo BNB.
As obras civis ficaram a cargo de um consórcio formado por Queiroz Galvão e Mercurius Engenharia. Já a infraestrutura eletromecânica foi instalada pela ABB. A GE foi responsável por fornecimento, transporte, montagem e testes dos aerogeradores. Os equipamentos foram fabricados pela companhia em Campinas (SP). Cada um dos 184 aerogeradores tem potência de 1,6 MW.
As obras do complexo começaram em maio de 2011. Além dos 14 meses da instalação, alguns anos foram gastos pela Renova na medição de ventos e na prospecção de terrenos. Apenas para esses parques foram feitas negociações com 300 proprietários, seja para arrendar as terras onde estão as turbinas ou para ampliar e construir estradas.
Os enormes desafios logísticos do projeto já eram esperados pela Renova, que pretende transformar a região em um cluster de geração de energia. "Nossa filosofia é trabalhar com grandes clusters, porque assim conseguimos sinergias e temos economia de escala", explica Amaral. A companhia estima um potencial de 5,8 GW para a área, que se estende por uma faixa de 150 km por 60 km. Desse potencial total, a empresa já negociou 1,1 GW nos leilões de 2010 e 2011.
A Renova, que começou a gerar energia em 2008 com três PCHs, totalizando 41,8 MW, no sul da Bahia, tem planos mais ambiciosos para o futuro. Capitalizada pelo lançamento de ações em bolsa e com o suporte do grupo Cemig/Light, que assumiu 50% de seu controle no ano passado, a companhia quer ser a maior do mercado. O objetivo é vender 400 MW por ano, chegando a 3 GW de capacidade instalada em 2020. Para isso, está fazendo estudos e contratando áreas em outros cinco estados, somando portfólio total de cerca de 9 GW.
A estratégia inclui a venda para o mercado livre, por meio da Light, e a diversificação das fontes, apostando também em energia solar. "Nossa meta é nos tornarmos a maior empresa de energia renovável do Brasil", reforça Amaral.
Informação de: Brasil Energia
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